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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

As Três Testemunhas da Aspersão


AS  TRÊS  TESTEMUNHAS  DA  ASPERSÃO
βαπτισμος (*1)




Introdução 


O objetivo deste estudo não é causar polêmica em relação ao tipo de batismo, mas tentar corrigir um erro que tem se perpetuado por séculos em alguns meios cristãos de que a única forma do “batismo bíblico” é a submersão, também chama erroneamente de imersão. O Novo Testamento nos informa que no tempo do Velho Testamento havia diversas, diferentes (gr.: DIÁFOROIS) abluções (gr.: BAPTISMOIS) em Hebreus 9:9. Também cap. 6:2. Assim sendo, não importa o que digam e escrevam eruditos e lexicólogos a respeito do significado da palavra BAPTISMOS, em grego, se isso contraria a Palavra Inspirada de Deus.
No presente estudo, iremos mostrar que o Batismo por ASPERSÃO ou por AFUSÃO (derramamento), ministrado por diversas denominações evangélicas, dentre elas, as igrejas Luterana, Episcopal, Presbiteriana, Congregacional, Metodista, etc., tem tanta validade, no sentido bíblico, quando o batismo por SUBMERSÃO praticado pelos batistas e pentecostais em geral.  Ora, se seitas como as católicas batizam por AFUSÃO, outras batizam por SUBMERSÃO, dentre elas, adventistas, testemunhas-de-jeová, mórmons, algumas espíritas, etc. E todos chamam o “seu” batismo de BATISMO!


 

CONCEITOS


1 - "O QUE É BATISMO?"
R.: Batismo é o sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo significa e sela a nossa união com Cristo, a participação, das bênçãos do pacto da graça, e a promessa de pertencermos ao Senhor. Ref. : Mat. 28:19; Jo. 3:5; Rom. 6:1-11; Gal. 3:27.” (BREVE CATECISMO, pergunta 94).

2 - "O QUE É BATISMO?"
R.: "O Batismo não é apenas água simples, mas é a água compreendida no mandamento divino e ligada à Palavra de Deus... que nosso Senhor Jesus Cristo diz no último capítulo de Mateus: ‘Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’.” (CATECISMO MENOR, 4ª parte - O Sacramento do Santo Batismo, perg. 1 - por MARTINHO LUTERO).

3 - "BATISMO"
"Batismo é essencialmente obra de Deus, o Pai (cf. At. 2:41), o Filho (cf. Ef. 5:26), e o Espírito Santo (cf. 1Co. 12:13), em cujo nome é administrado (Mt. 28:19). Isto significa que nem o batizante nem o batizado, mas o Senhor é quem opera no Batismo e lhe dá sua virtude. Portanto - tratando-se do batismo cristão (cf. 19:1ss) - não pode ser repetido sem que haja blasfêmia (cf. Ef. 4:5)." (VOCABULÁRIO BÍBLICO - J. J. Von Allmen - ASTE - Associação de Seminários Teológicos Evangélicos - São Paulo - 1972.)

4 - "BATISMO"
“O rito de lavar com água simbolizando a purificação religiosa, ou a consagração a Deus... Conforme as instruções de Cristo deve ser administrado em nome da Trindade.”  (DICIONÁRIO DA BÍBLIA - John D. Davis - tradução do Rev. J. R. Carvalho Braga - 10ª edição - JUERP - 1984).

5 - "O ESTUDO DO BATISMO"
"Que é o batismo cristão?... Os batistas respondem a essa pergunta dizendo que o batismo é a imersão, mergulho ou sepultamento em água, de um crente professo em Cristo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. "Os pedobatistas, tanto católicos romanos como protestantes, respondem a essa pergunta dizendo que o batismo pode ser tanto a aspersão como o derramamento de água sobre o candidato, o toque na testa do candidato com dedos úmidos, ou a imersão da pessoa inteira em água; em todos os casos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; e que pode ser administrado a um candidato, sob a sua profissão de fé ou mesmo a uma criança inconsciente, sob a fé professada por seus pais ou padrinhos".  (MANUAL DAS IGREJAS BATISTAS - cap. X, pág.  77 - de Edward T. Hiscox, D.D. - traduzido por João Marques Bentes e W. J. Goldsmith - editado por Roberto C. Collins - Imprensa Batista Regular - 1ª Edição Brasileira - Abril de 1966.


“E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” (1João 5:8)

καὶ τρεῖς εἰσὶν οἱ μαρτυροῦντες ἐν τῇ γῇ, τὸ πνεῦμα, καὶ τὸ ὕδωρ, καὶ τὸ αἷμα· καὶ οἱ τρεῖς εἰς τὸ ἕν εἰσιν.” (Α` Ιωαννης 5:8)

O texto acima nos fala da unanimidade de três testemunhas. Mas... em que são unânimes? Vejamos:

(1)  O  ESPÍRITO – O DEUS PARÁCLITO (Consolador – At. 5:3,4; 1Co. 12:4-6 / Jo. 14:16,26; 15:26; 16:7),  o selo sobre os crentes. Ef. 1:13 – “O Espírito Santo da promessa” (Luc. 24:49; At. 1:4). Que promessa?
R= A do Batismo com o Espírito Santo. Atos 2:33; 38-39.

Eis como tal Batismo é descrito na Bíblia, sendo por nós apresentado com grifos e versais acrescentados:
a) Prometido para o Messias (gr.: Χριστός = CHRISTOS):
VT: 1. “REPOUSARÁ SOBRE ELE O ESPÍRITO DO SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Is. 11:2);
2. “Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho; o meu Escolhido, em quem a minha alma se compraz; PUZ SOBRE ELE O MEU ESPÍRITO, e Ele promulgará o direito para os gentios.” (Is. 42:1);
3. “O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM, porque o SENHOR ME UNGIU, para pregar boas-novas aos quebrantados...” (Is. 61:1a);
NT: 4. “...AQUELE SOBRE QUEM VIRES DESCER E POUSAR O ESPÍRITO, esse é o que BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO.” (Jo. 1:33b).

b) Prometido aos crentes:

VT: 1. “Porque DERRAMAREI água SOBRE (εν = EN )(*2) o sedento, e torrentes, SOBRE (εν)(#) a terra seca; DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO, SOBRE (επι = EPI )(*2) a tua posteridade e a minha bênção, SOBRE (επι)(*2) os teus descendentes.” (Is. 44:3);
2. “até que se DERRAME SOBRE NÓS O ESPÍRITO lá do alto...” (Is. 32:15,a);
3. “Então, ASPERGIREI ÁGUA PURA SOBRE VÓS,... POREI DENTRO EM VÓS O MEU ESPÍRITO...” (Ez. 36:25,a, 27);
4. “Já não esconderei deles o meu rosto, pois DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE a casa de Israel, diz o Senhor Deus.” (Ez. 39:29);
5. “E acontecerá, depois, que DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE toda a carne... até SOBRE os servos e sobre as servas DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO naqueles dias.” (Joel  2:28,a, 29);
NT: 6. “Eu vos BATIZO COM ÁGUA, para arrependimento... Ele vos BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO E COM FOGO.” (Mat. 3:ll a, c);
7. “Porque João, na verdade, BATIZOU COM ÁGUA, mas vós sereis BATIZADOS COM ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias. ” (At. 1:5);
8. “Mas recebereis poder, ao DESCER SOBRE vós o ESPÍRITO SANTO...” (Atos 1:8,a).
9. Respondeu-lhes Pedro: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, E RECEBEREIS O DOM DO ESPÍRITO SANTO.” (At. 2:38)
c) O Messias Batizado:
1. “...todo o povo se BATIZAVA, sendo BATIZADO também Jesus; orando ele, o céu se abriu, e o ESPÍRITO SANTO DESCEU SOBRE ele em forma corpórea, como uma pomba...” (Luc. 3:21,22,a - A.C.);
2. “O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM, pelo que me UNGIU para evangelizar os pobres...” (Luc. 4:18-21);
3. “Como Deus UNGIU a Jesus de Nazaré COM O ESPÍRITO SANTO E PODER...” (At. 10:38,a);



d) O Batismo dos crentes:

1. “E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e POUSOU uma SOBRE cada um deles. Todos ficaram CHEIOS do ESPÍRITO SANTO...” (At.2:3,4,a). Conf.: Mat. 3:11;
2. “Mas o que ocorre é o que foi dito... E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que DERRAMAREI DO MEU ESPÍRITO SOBRE toda a carne... até SOBRE os meus servos e SOBRE as minhas servas DERRAMAREI DO MEU ESPÍRITO naqueles dias, e profetizarão.” (At. 2:16a, 17a, 18);
3. “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do ESPÍRITO SANTO, DERRAMOU isto que vedes e ouvis.” (At. 2:33);
4. “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja BATIZADO em nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados, e RECEBEREIS O DOM DO ESPÍRITO SANTO.” (At. 2:38...);
5. “Os quais, descendo para lá, oraram por eles para que RECEBESSEM O ESPÍRITO SANTO; “porquanto não havia ainda DESCIDO SOBRE nenhum deles, mas somente haviam sido BATIZADOS em o nome do Senhor Jesus.” (At. 8:15, 16);
6. “Quando, porém, comecei a falar, CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE eles, como também SOBRE nós, no princípio. “Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: ‘João, na verdade, BATIZOU COM ÁGUA, mas vós sereis BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO.” (At. 11:15, 16);
7. “Ainda Pedro falava estas cousas quando CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE todos os que ouviam a palavra.” (At. 10:44);
8. “...admiraram-se, porque também SOBRE os gentios foi DERRAMADO O DOM DO ESPÍRITO SANTO.” (At. 10:45,b);
9. “Pois em (COM) um só ESPÍRITO, todos nós fomos BATIZADOS em um corpo... E a todos nós foi dado  beber de um só ESPÍRITO.” (1Co. 12:13a,c)
10. “...não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou MEDIANTE O LAVAR REGENERADOR E RENOVADOR DO ESPÍRITO SANTO, “que ele DERRAMOU SOBRE nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador...” (Tito 3:5, 6)

E assim, podemos ver que tanto a promessa como o BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO é descrito de várias maneiras, mas sempre (ou quase sempre) a idéia principal é a de um DERRAMAMENTO, e a preposição ipegrega quase sempre usada é:   (EPI ) = SOBRE, ENCIMA DE, ACIMA, EM.

Nos casos apresentados, o BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO é assim descrito:
1. DERRAMADO SOBRE;
2. POSTO SOBRE;
3. DESCEU SOBRE;
4. CAIU SOBRE;
5. POUSOU SOBRE;
6. REPOUSOU SOBRE;
7. UNGIU.

Eis as palavras gregas que descrevem  este BATISMO:

1. Επερχομαι (EPERKHOMAI )= vir sobre, apareceu, sobrevir, vir do alto (At. 1:8);
2. Εκχεω ou εκχυννομαι (ENKHEÔ ou ENKHYNNOMAI) = derramar, aspergir, verter (At. 2:17, 18, 33; 10:45);
3. Επιπιτω (EPI·PIPTÔ )= cair sobre, sobrevir, descer (At. 8:16; 10:44; 11:15);
4. Καταβαινω (KATABAINÔ )= quando acompanhada, na frase, da preposição επι (EPI ): descer, vir para cima de, cair sobre, descer sobre (Mar. 1:10).

Note bem: se o verbo BAPTIZO tem um só significado no grego, ou seja, MERGULHAR, SUBMERGIR, então as únicas traduções para este verbo, no texto de Mateus 3:11, seriam as seguintes:

“Eu vos MERGULHO na água... ele vos SUBMERGIRÁ no Espírito Santo e no fogo...”
E se batismo, por submersão, segundo os submersionistas, significa MORTE, SEPULTAMENTO, então João, o Batizador, queria dizer o seguinte, segundo este pensamento:

“Eu vos MATO na água... ele vos SEPULTARÁ no Espírito Santo e no fogo...”
Seria isto possível? Lógico que não. Tampouco estamos brincando ou tentando ridicularizar o Batismo com água ou com o Espírito Santo. Deus nos livre! Estamos somente seguindo a lógica interpretacionista dos adeptos da submersão que diz que “BATISMO significa SUBMERSÃO = MORTE e SEPULTAMENTO.
Se os aspersionistas usassem o mesmo modo de regra interpretacionista, segundo a sua conveniência, como assim o fazem os submersionistas, então, a interpretação de Mateus 3:11 seria a seguinte:

Eu vos DERRAMO água,... ele vos DERRAMARÁ o Espírito Santo e fogo...
Conf.: Isaías 44:3; Ezequiel 36:25; Atos 1:8; 2:3, 17, 18, etc., etc., etc.
Ora, esta interpretação está mais embasada em princípios bíblicos do que a interpretação submersionista do batismo como sendo immersionis = mortis.
O Batismo com o Espírito Santo não aconteceu ou não acontece quando alguém é mergulhado n’Ele, mas, sim, quando Este é DERRAMADO SOBRE o PISTÓS (gr.: crente, fiel).

*        *        *

(2)    A ÁGUA – símbolo exterior da purificação

BATIZAR COM ÁGUA

A palavra BATISMO é uma transliteração(*3) do substantivo masculino βαπτισμος (BAPTISMOS), e do substantivo neutro βαπτισμα (BAPTISMA). O verbo BATIZAR é a transliteração do grego βαπτιζειν (BAPTIZEIN), que é intensivo de βαπτειν (BAPTEIN), e que, junto com o seu derivado composto εμβαπτειν = EMBAPTEIN, aparecem cerca de 90 vezes no Novo Testamento e, portanto, têm um sentido próprio no Novo Testamento, o qual foi escrito em grego Koinê, isto é, comum.
No que diz respeito ao verbo BATIZAR, muitos têm manipulado a sua tradução e significado no pensamento grego, escondendo desonestamente toda a sua plenitude. Há um certo grupo (ou grupos) que há séculos defende(m) para este verbo um só significado:  MERGULHAR, SUBMERGIR e similares. Na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de Russel N. Champlin, em parceria com J. M. Bentes, vol. I, págs. 460 e 461, no tratado sobre o modo de batismo, podemos ler:
 << Tentar furtar a palavra baptizo do seu sentido básico, “imergir”, é ridículo, uma violência à língua e à história do termo. Ninguém pode lavar uma pessoa salpicando-lhe algumas gotas sobre a cabeça. >>
Mas... será isto verdade? O verbo batizar tem o sentido básico de “imergir” (com a idéia de “mergulhar”, “submergir”) no original grego do N.T.? É ridícula a idéia de se lavar cerimonialmente uma pessoa salpicando-lhe algumas gotas de água sobre a cabeça?
Se o sentido básico do verbo batizar no grego bíblico é imergir ou mergulhar, porque o Batismo com o Espírito Santo é descrito na forma de DERRAMAMENTO? (At. 1:8; 2:1-4, 17ss; 10:44,45; 11:15,16, etc.) E o que dizer da promessa de uma ASPERSÃO COM ÁGUA feita pelo próprio Deus? (Is. 44:3; Ez. 36:25). E das aspersões descritas na lei? (Núm.  8:6,7; 19:13, 18ss; Heb. 9:13, 19ss, etc.) Estes conceitos serão desenvolvidos mais adiante.
É incrível como certos homens impregnados de preconceitos apegam-se cegamente a sofismas ensinados por suas denominações ou por seminários, não tendo o devido senso de justiça para investigar se tal doutrina é genuinamente bíblica, ou é mais uma tradição paralógica legada dos anciãos. (Mar. 7:7,8,aa,ss)

1) Purificações com água no Velho Testamento:

1. Núm. 8:6-7: “Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e PURIFICA-os; “assim lhes farás, para os purificar: ASPERGE SOBRE eles a ÁGUA da expiação; e sobre todo o seu corpo farão passar a navalha, lavarão as suas vestes e se purificarão”.

2. Núm. 19:13b: “...essa pessoa será eliminada de Israel; porque a ÁGUA PURIFICADORA não foi ASPERGIDA SOBRE ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia.”

3. Núm. 19:18-19  “Um homem limpo tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a ASPERGIRÁ SOBRE aquela tenda, e SOBRE todo utensílio, e SOBRE AS PESSOAS que ali estiverem; como também SOBRE aquele que tocar nos ossos, ou em alguém que foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura. “O limpo ASPERGIRÁ sobre o imundo ao terceiro e sétimo dias; purificá-lo-á ao sétimo dia; e aquele que era imundo lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo.” (ver também versos 20-21)


 

A PROMESSA DO BATISMO PURIFICATÓRIO COM ÁGUA:

1. Isaías 44:3 – “Porque DERRAMAREI ÁGUA SOBRE o sedento e torrentes, SOBRE a terra seca; DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE a tua posteridade e a minha bênção, SOBRE os teus descendentes;”
2. Ezequiel 36:25 “Então, ASPERGIREI ÁGUA PURA SOBRE VÓS, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.”

*

2) Batizar no Velho Testamento:

a) TABAL ( טָבָּל ) – Palavra hebraica que corresponde à grega βαπτω (BAPTÔ) ou βαθτιζω (BAPTIZÔ), com o significado primário de MOLHAR.

Alguns textos no VT, com o verbo TABAL:

1. “Então, tomaram a túnica de José, mataram um bode e a molharam no sangue.”(Gen. 37:31);
2. Molhará o dedo direito no azeite que está na mão esquerda e daquele azeite aspergirá, com o dedo, sete vezes perante o SENHOR (Lev. 14:16);
3. “Jônatas, porém, não tinha ouvido quando seu pai conjurara o povo, e estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel...”  (! Sam. 14:27).
b) TSeVA‘ ( צְבַע ) – Palavra aramaica (siríaca) que corresponde a hebraica טָבָּל (TÂBÂL) e a grega baptw (BAPTÔ) com o significado primário de MOLHAR. Esta palavra aparece na porção aramaica do Livro de Daniel, nos capítulos 4 e 5, quando o grande profeta do Altíssimo interpretou pela segunda vez um sonho profético do soberano babilônico.(*4) Uma parte da interpretação do sonho do rei Nabucodonosor, é que este seria "MOLHADO (צְבַע = TSeVA‘) com  orvalho(*5) do céu". Assim sendo, na tradução grega dos "Setenta" (LXX = Septuaginta) lemos que Nabucodonosor foi "BATIZADO (βαπτω = BAPTÔ) COM (εν = EN) O ORVALHO DO CÉU".  Confira.: Daniel 4:33 [30]; 5:21: / 4:15 [12], 23 [20], 25 [22](*6) . Ora, se Nabucodonosor foi "BATIZADO COM O ORVALHO DO CÉU", esse "BATISMO" não foi por imersão, submersão, afusão, mas por ASPERSÃO. E MOLHOU menos que aos sujeitos de Jó 24:8.
Nestes textos apresentados, a Septuaginta (LXX) traduz tanto o verbo טָבָּל (TÂBÂL) como צְבַע = TSeVA) por baptw (BAPTÔ), com vários significados conforme o contexto bíblico.

c) BAPTO na Apócrifa do V.T.

1. “Se alguém é batizado após o contato com um morto e novamente o toca, de que lhe serviu a ablução?” (Sirácides [Eclesiástico] 31:25);

2. “E (Judite) permaneceu assim no acampamento por três dias: saia de noite para o vale de Betúlia, e batizava-se no acampamento sobre a fonte de água” (Judite 12:7);


3) Batizar no Novo Testamento:

“Eu vos batizo com água...”

a)  O Batismo do Senhor Jesus
- João começou a batizar no rio Jordão, e todos vinham até ele para serem batizados,  confessando-se (Mateus 3:5,6).
- Jesus foi também batizado por ele com água (vs. 13-15).
- Em seguida Jesus foi batizado (ungido, consagrado) com o Espírito Santo, v. 16.
Para compreender-mos o porquê do batismo do Senhor Jesus, devemos ter em mente o seguinte:

      A Apresentação do Menino Jesus
      O Significado do seu Batismo


1. A Apresentação do Menino Jesus

É costume das denominações evangélicas (e não evangélicas, como por exemplo: adventistas, mórmons, testemunhas-de-jeová, etc.) anti-pedobatistas, ou seja, aquelas que são contra o batismo de infantes, apresentarem os seus filhinhos ao Senhor diante da igreja, usando como argumento o texto de Lucas 2:22, que diz que os pais terrenos do infante Jesus O levaram ao Templo de Jerusalém para apresentarem-no diante do Senhor, e que, seguindo este exemplo, assim também o fazem apresentando os seus infantes do sexo masculino e feminino.
Mas... é correto tal procedimento à luz das Escrituras Sagradas? É condizente com a realidade bíblica?

A resposta é: NÃO, NÃO e NÃO, pelos seguintes motivos:
Não devemos fazer doutrina de um texto bíblico sem examinarmos o contexto e/ou textos paralelos.
O texto de Lucas 2:22 reza o seguinte:
“Passados os dias da purificação deles (mãe e Filho) segundo a lei de Moisés, levaram-no (o menino Jesus) a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor...”
Mas o texto continua:
“Conforme está escrito na lei do Senhor: ‘Todo primogênito ao Senhor será consagrado’;
“E para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida lei:
um par de rolas ou dois pombinhos.” (vs. 23 e 24)
O evangelista e historiador Lucas registrou este fato da vida terrena de Jesus, não para que seguíssemos o exemplo, isto é, somente fazendo a apresentação da criança, pois se assim o fora, teríamos que cumprir toda a lei da apresentação, incluindo aí os sacrifícios, “pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça num só ponto, se torna culpado de todos.” (Tg. 2:10)
A referida lei reza que “todo aquele que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim homens como animais” é do Senhor e, por isso, deveria se consagrado como primogênito (Êx. 13:2). Assim sendo, a lei da consagração era um pacto feito somente entre Deus e os filhos de Israel, ou seja, os judeus.
Outro detalhe é que a apresentação seria somente tanto “de homens como animais”, “os machos serão do SENHOR” (versos 2, 12, 13, 15 de Êxodo cap. 13); “todo primogênito(*7), ou seja, somente o primeiro filho, e isso depois de ter sido circuncidado, no caso do ser humano.
E, com o infante Jesus não foi diferente pois, sendo Ele judeu, e o primogênito de Maria, foi levado a Jerusalém e apresentado ao Senhor, para que se cumprisse a Lei. (Luc. 2:22-24)

2. O Significado do seu Batismo

O Senhor Jesus não se batizou simplesmente porque era costume, ou porque todos iam ser batizados por João Batista, mas diferentemente dos demais, o seu Batismo tinha um propósito especial, pois Ele preenchia todos os requisitos para o seu ministério sacerdotal. Vejamos:
 


Tipo (sombra) no Velho Testamento:
Os sacerdotes, para serem consagrados, no Velho Testamento, deveriam cumprir alguns requisitos indispensáveis:
Antítipo no Novo Testamento:
Jesus, ao ser consagrado, no Novo Testamento, cumpriu todos os requisitos indispensáveis:
1. pertencer à família sacerdotal levítica, segundo a ordem de Arão (Êx. 29:28-32);
1. Pertence à família sacerdotal eterna, segundo a Ordem de Mequisedeque (Heb. 6:20; 7:11-17)
2. Para entrar no serviço sagrado, o candidato deveria ter 30 anos de idade (Núm. 4:3);
2. Entrou no serviço sagrado, quando tinha cerca de 30 anos de idade (Luc 3:23);
3. Deveria se purificar pela aspersão da água purificadora (Núm. 8:6-7);
3. Purificou-se(*8) com a água batismal (Mat. 3:13-14);
4. E, para que fosse ungido como sacerdote (sua posse), deveria ser derramado sobre sua cabeça o óleo da unção (Êx.29:7-9; 30:25,30; Lev.8:10-12)
4. Foi ungido com o Espírito Santo quando este desceu sobre ele em forma corpórea como pomba (Luc. 3:21-22; 4:16-18); At. 10:38)
5. A partir daí, não teria nenhum vínculo familiar terreno (Deut. 33:8, 9-11).
5. A partir daí, cortou todo vínculo familiar carnal, pois não mais reconheceu seus familiares (mãe e irmãos - Mat. 13:55 /  Mar. 3:32-35; Jo. 2:4).

Foi somente a partir da sua crisma (unção) com o Espírito Santo é que o Senhor Jesus passou a ser chamado de Cristo (ungido). E todos os fiéis que são batizados no Senhor, depois de haverem nascido de novo, são chamados CRISTÃOS (gr.: CHRISTIANOI = PEQUENOS CRISTOS) por serem seguidores, imitadores de Cristo e, devendo assim, seguir-lhe o exemplo, pois também são sacerdotes do Deus Altíssimo (1Ped.1:9; Ap. 5:10).

*
b) Batismo de João Batista com água

1. “Eu vos BATIZO COM ÁGUA, para arrependimento...  Ele  vos  BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO E COM FOGO.” (Mat. 3:ll a, c)
2. “Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão.” ( Mar. 1:9)
O Senhor Jesus foi batizado no (gr.: eiV = EIS) Jordão.
  A preposição grega eiV (EIS), neste texto, é locativa, pois fala do local onde o batismo foi realizado: o rio Jordão. Batizar no (gr.: eiV = EIS) Jordão, não fala do modo do batismo, mas do local onde este foi primitivamente realizado, pois era mais fácil as pessoas irem a um local onde houvesse  água, do que esta ser levada a aquelas.
  João batizava com (gr.: en = EN) água, Jesus batiza com (gr.: en = EN) o Espírito Santo e fogo. A água, o Espírito e fogo são instrumentos do batismo, daí a preposição en [EN], neste caso, ser instrumental, e não locativa. Não é “batismo EM ÁGUA” ou “NAS ÁGUAS”, assim como não é “EM” ou “NO Espírito Santo e NO fogo”, pois ambos não foram os locais onde foram efetuados os batismos, mas os instrumentos para os tais. O Espírito Santo não é local, mas pessoal, ou seja, Ele é uma pessoa.

O contexto que descreve o batismo de Jesus com água no Jordão, e que descreve o Seu batismo com o Espírito Santo, usa a mesma preposição:
“...Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no (eiV = EIS) rio Jordão. “Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre (eiV = EIS) ele.”

Eis outros textos em que esta mesma preposição aparece:
1. O batismo do Eunuco, por Filipe: Então, mandou parar o carro, ambos desceram à (eiV) água, e Filipe batizou o eunuco.” (Atos 8:38) Se ambos desceram é porque estavam em cima de algo, no caso, o carro (versos 28-31, 36, 38).

2. João escreveu: “Ora, ninguém subiu ao (εις) céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem.” (João 3:13)

Agora compare:
Atos 8:38 -
... ambos desceram à (εις) água...
João 3:13 -
... ninguém subiu ao (εις) céu...


Marcos 1:9
... batizado no (εις) rio Jordão
Marcos 1:12
... impeliu para (εις) o deserto...

c)      Batismo nas nuvens (tipo ou sombra)

“porque, não quero que ignoreis, irmãos, que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram através  mar, “e todos em (εις) Moisés, foram batizados pela (εν = EN) nuvem e pelo (εν = EN)  mar”  (1 Co. 10:1, 2 – tradução livre, literal)

1. O povo de Israel passou pelo mar em seco, ou seja, a pé enxuto (Êx. 14:22, 29).
2. Os egípcios foram tragados pelas águas, submersos para a sua própria destruição (Heb. 11:29; Sal. 78:53). Confira: Êx. 14:26-28;  15:9, 10. Note: Os egípcios foram mergulhados (submersos), e isto não foi chamado BATISMO. Somente o povo de Israel foi batizado, mas não foi por imersão ou submersão.
3. A promessa de Deus em Isaías 43:2,a,b: Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão.”
4. Assim sendo, o máximo que poderia ter acontecido é que o povo de Israel tenha sido ASPERGIDO, com o orvalho das nuvens, e com gotas desprendidas da muralha d’água, na travessia no mar. (Êx.14:21,22)

d)     O Batismo em Enon

Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e era batizado.” (João 3:23)
1. Enom (gr.: Ainwn =AINÔN, ENÔN) – É a transliteração grega da palavra aramaica ( עינון ) que significa “fontes”, pois é o plural de עין (AIN ) = “fonte”. Era um local onde havia muitas fontes de água pura, daí o seu nome.
2. “Havia muitas águas” – o evangelista não disse que havia “muita água” (‛υδατος πολυς = HYDATOS POLYS), como que falando de um grande ajuntamento de água, como de um lago ou rio, mas sim, que havia muitas águas (‛υδατα πολλα  = HYDATA POLLA), significando várias porções de água em separado, ou seja várias fontes, como indica o seu nome. Logo, não é de se esperar que João Batista tenha mergulhado o povo nessas fontes, poluindo águas perenes.
3. O batismo, neste contexto, é chamado de purificação (v. 25 e 26), e toda purificação de cunho religioso, segundo a lei, era feita por aspersão. Êx. Lev. 8:12, 15; Núm. 19:13, 18; Lev. 14:7; 16:19; 21:10,12/ Ezeq. 36:25, etc.

e)  Sepultura Batismal?

Um texto clássico: Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo (βαπτισματος = BAPTISMATOS); para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” (Romanos 6:4)
Este é o texto principal, usado pelos submersionistas para defenderem a tese de que o batismo cristão somente é válido por mergulho, submersão.
Primeiramente analisaremos o substantivo grego BAPTISMA, cujo genitivo é BAPTISMATOS, conforme o texto grego acima.
Há uma sensível diferença entre o substantivo (nominativo) masculino ο βαπτισμος = HO BAPTISMOS, e o substantivo neutro το Βαπτισμα = TO BAPTISMA na língua grega, e principalmente no Novo Testamento onde essa diferença foi criada, e de onde este vocábulo neutro é peculiar.

1. HO BAPTISMOS, substantivo masculino singular. Está relacionado com a purificação exterior ou cerimonial, tanto de objetos como do corpo (ex.: Mar.7:1-4). É uma ablução visível que no tempo da lei mosaica tanto era efetuada com água como com sangue ou uma outra tintura conforme se acha escrito na Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia, e que é testemunhado pelo autor da Epístola aos Hebreus, cap. 9, versos 10, 13, 19 e 21.  É usado para descrever o batismo cristão com água.
No BAPTISMOS cristão não é preciso ser usado a mistura de substâncias a exemplo de Moisés, quando este batizou o povo de Israel no deserto, ou seja: água, sangue de bezerros, de bodes e/ou de touros e cinza de novilha, sendo aspergidos com lã purpúrea e hissôpo (Heb: 9: 10, 13 19), pois tudo isso era "sombra do que haveria de vir" (Col. 2:17; Heb. 10:1). No Batismo Cristão, a única substância usada que simboliza a purificação, é a água, pois a purificação verdadeira foi realizada pela aspersão do sangue de Cristo Jesus na cruz do Calvário e aplicada através do derramamento do Espírito Santo na vida daquele que nasce de novo  (Luc. 12:50; 22:20; Heb. 12:24; 1Ped. 1:2;/ João 3:5; Atos 1:8; 2:3, 4, 17, 38, 39; 10:44, 45; 11:15, 16, etc.) pois estes três são unânimes num só propósito (1Jo. 5:6-8).

2. TO BAPTISMA, substantivo neutro singular. O seu genitivo (possessivo) é βαπτισματος = BAPTISMATOS, conforme aparece na Epístola aos Romanos, no capítulo 6, verso 4. Enquanto BAPTISMOS é a exteriorização do ato purificatório, BAPTISMA é a verdadeira purificação, a que acontece interiormente, na alma e no espírito. É o BATISMO ÚNICO (εν βαπτισμα = HEN BAPTISMA: Ef.4:5), e do qual falou o Senhor Jesus em Marcos 10:38 e 39, mas que só se tornou eficaz com a sua morte e ressurreição (Rom.6:3-11). É o ato do qual a arca, através da água, figurava o verdadeiro BATISMO (βαπτισμα) que substitui a circuncisão pela "indagação de uma consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo" (1Ped.3:20,21). É a verdadeira regeneração batismal que não é realizada por homem algum, mas pela "aspersão do sangue de Jesus Cristo" (1Ped. 1:2) e que é aplicada pelo Espírito Santo da promessa (At. 1:4,5,8 / Mat. 3:11/ At. 2:1-4, 17ss, 2:38; Ef. 5:25, 26; Ezeq. 36:25-27; Is.44:3, etc.). Assim sendo, a apóstolo Paulo em Romanos 6:4, não estava falando do Batismo exterior (o qual é efetuado com água), mas da regeneração interior, do novo nascimento (Jo. 3:3, 5).
Diz mais a Escritura:
"Pois, com um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado de beber de um só Espírito."  (1Cor.12:13 - trad. livre)
Compare com:
"Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;
"Há um só Senhor, uma só fé, um só BATISMO  (gr.: BAPTISMA)". (Ef.4:4-5)
Agora veja uma singular diferença no grego, onde não pode haver contradição:
"Diversos BATISMOS" (BAPTISMOS) Heb.6:2 e 9:10
"Um     BATISMO"  (BAPTISMA) Ef. 4:5.
Embora a interpretação submersionista de Romanos 6 pareça um tanto espiritual e bonita (pois aí vêem o modo e não somente o significado espiritual que o texto quer nos transmitir), pois interpretam que a imersão significa a morte do crente; o estar debaixo d'água (submersão), o sepultamento; e a emersão, a ressurreição, sim, embora pareça espiritual, ela não condiz com a realidade bíblica, pois tanto os Evangelhos como o apóstolo Paulo nos ensinam que o pão e o vinho, na Santa Ceia, é que são os símbolos da morte do Senhor Jesus, pelo que o apóstolo relembra: "Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes do cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha." (1 Cor.11:26). Assim sendo, é a CEIA e não o BATISMO POR SUBMERSÃO que representa a morte do Senhor Jesus, o Messias.
Quando lemos somente o verso 4 de Romanos 6, sem lermos o verso anterior, adubando-o com um pouco de imaginação, podemos cair no mesmo erro de interpretação dos submersionistas. Mas quando analisamos o versículo anterior (3o), chegamos à conclusão de ser este o verso base (chave) para a interpretação de todo o contexto. Vejamo-lo: 
". . . porventura ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?"
E o verso 4:
"Fomos, pois, sepultados com ele na morte BATISMO (BAPTISMA);  para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida."
Quando o apóstolo Paulo diz que fomos sepultados com Cristo na morte pelo batismo, esse "sepultamento" não aconteceu, ou não acontece na hora do nosso batismo com água, mas foi um acontecimento que teve o seu lugar no tempo, ou seja, foi algo que aconteceu no passado como indica o verso 3, isto é, que fomos batizados em Cristo na hora em que ele expirou na cruz, em sua morte expiatória, na plenitude dos tempos. Todos os heróis da fé (ex.: Heb. cap. 11) que morreram antes de Cristo, foram batizados e justificados pela fé no Messias que haveria de vir, assim como nós fomos batizados e justificados pela fé no Messias que já veio. O sangue que foi derramado na cruz, é suficiente para lavar e purificar todos os servos de Deus em qualquer época da História, e em qualquer lugar da terra. (Ef.1:7,8; Ap.5:9; At.2:38,39; 1Ped.1:2; 3:18-21; 4:6). A água em si, não lava, nem purifica pecado algum. Isso é heresia!
Diz-nos o verso 5 de Romanos 6:
"Porque se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos na semelhança da Sua ressurreição."
Quando os submersionistas batizam, ensinam que naquele exato momento aconteceu a morte, o sepultamento e a ressurreição do crente. Mas, os textos lidos acima, nos revelam exatamente o contrário: por três vezes o verbo ser aparece no pretérito perfeito (um em cada versículo):
Verso 3:  "FOMOS batizados na Sua morte", pois o Senhor disse:  "E recebereis o BATISMO  (gr.: BAPTISMA) com o qual eu sou batizado" (Mar. 10:39c);
Verso 4:  "FOMOS sepultados com Ele (Cristo) na morte pelo BATISMO (gr.: BAPTISMA)", pois se Cristo "morreu  por  todos, logo todos morreram" (2Cor. 5:14, b). Este é o Batismo que o Senhor Cristo falou que receberia e recebeu (Luc. 12:50). 
E verso 5: "FOMOS unidos (lit. PLANTADOS) com Ele na semelhança da sua morte, certamente o SEREMOS ( futuro ) na semelhança da sua ressurreição."
Ora, quando o apóstolo diz: "SEREMOS" (verso 5), refere-se a um acontecimento futuro, pois quem ressuscitou primeiro para não mais morrer, foi somente o Senhor Jesus, e nós, à semelhança da Sua ressurreição, também ressuscitaremos. Assim sendo, essa ressurreição não se deu na hora do nosso  batismo com água (e muito menos na emersão, ou seja, na subida do batismo por submersão) como assim querem os submersionistas em sua interpretação batismal.  Realmente, no momento da nossa conversão, nós morremos, ou melhor, o nosso velho homem morre com Cristo, e nós renascemos para pertencermos ao Senhor para sempre (Col.3:9,10;  Rom.7:4). Na conversão (novo nascimento) e não no Batismo, frise-se.
E tem mais: o contexto de Romanos 6, no verso 8, diz-nos que "se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos. “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; (conclusão:) logo, todos morreram." "E Ele morreu por todos, para que os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou." (2Cor. 5:14,15).
E assim, como Cristo ressuscitou dentre os mortos para não mais morrer, tornando-se o Primogênito dos mortos (Col.1:18), assim também aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão para a vida eterna (Rom. 8:11). A ressurreição do crente não acontece na hora em que acaba de receber o batismo com ou em água, e nem isto é a sua ressurreição espiritual, pois esta somente acontece no exato momento em que ele nasce de novo (Jo.3:3ss; Ef.2:1,ss; Rom.8:9,10), ou seja, foi ressuscitado dentre os mortos (Rom.6:13).
Além do mais, o texto não fala somente em MORTE (v. 3), SEPULTAMENTO e RESSURREIÇÃO (v.4), mas fala também que fomos UNIDOS (gr.: συμφυτοι =  SYMPHYTOI, lit.: PLANTADOS) com Ele (v.5), e CRUCIFICADO o nosso velho homem" (v.6). Assim sendo, se os submersionistas quiserem interpretar o Batismo literalmente, de conformidade com Romanos 6, eles terão que inventar outra coreografia que pudesse representar o estar PLANTADO e CRUCIFICADO com Cristo, e não somente a MORTE, SEPULTAMENTO e RESSURREIÇÃO, pois estes cinco se referem ao mesmo assunto: o Batismo de ou em Cristo, nos textos de Romanos 6.

Há, porém, um outro detalhe: o batismo por submersão jamais poderia representar como coreografia a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus, pelos seguintes motivos:

1º) Morte – O Senhor morreu na cruz e não na sepultura (pois o batistério e as águas batismais representam, na doutrina submersionista, o sepulcro do batizando) e muito menos afogado para que a submersão assim o pudesse representar. A Santa Ceia é que simboliza a Sua morte (1Cor. 11:26).

2º: Sepultamento – O sepultamento do Salvador não foi igual ao que conhecemos nos cemitérios comuns aqui no ocidente, ou seja, ele não foi "enterrado", ou posto numa cova aberta sob o solo, mas o seu corpo sem vida foi posto "num túmulo aberto em rocha, onde ainda ninguém havia sido sepultado" (Luc. 23:53b), posto paralelo ao solo (de modo que as mulheres que foram ao sepulcro, no primeiro dia da semana, foram com a intenção de ambalsamá-lo – Mar.15:47; 16:1ss), e a seguir, foi rolada "uma pedra para a entrada do túmulo." (Mar.15:46c). Cristo também não foi sepultado vivo como acontece com os baptizandi’ submersionistas (pois na hora que o batizador ou batista mergulha o batizando, aquele o mata afogado, e no momento que o emerge, "ressuscita-o dentre os mortos", fazendo assim o papel de Deus Pai (At.2: 24; 3:26; Jo.5:21).

3º: Ressurreição – O corpo de Jesus foi posto numa elevação sobre o solo (Jo.20.12), e quando ressuscitou, simplesmente levantou-se (este é o significado da palavra “ressurreição”) – Luc. 24:3, 6; Mar. 16:6. Os lençóis que envolveram o seu corpo, foram postos de lado (Jo. 20:5-7), e dois anjos sentaram-se no local onde fora posto o seu corpo, um à cabeceira e o outro aos pés (Jo. 20:11-12).
E assim podemos ver a insustentabilidade da doutrina batismal submersionista. E o próprio Orígenes (184-254 A.D.), um dos Pais da Igreja, contestou essa interpretação submersionista de Romanos cap. 6, dizendo o seguinte:

"Nota-se a discrição de Paulo, pois ele não estava  tratando do batismo em si, (o que é efetuado com água), mas sim da morte de Cristo. Usou, pois, a figura do batismo para nos persuadir a morrer para o pecado e sermos sepultados juntamente com Cristo. Também não cabia dizer: Qualquer de nós que foi batizado em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, foi batizado na sua morte."

E assim, o pequeno-grande servo de Deus, que viveu entre o segundo e o terceiro século da Era Cristã, e que foi martirizado por manter o testemunho firme de Jesus Cristo, compreendeu a mensagem que o Apóstolo dos Gentios queria transmitir em Romanos capítulo 6, e hoje, milhões não a compreendem por causa do preconceito e do engano, e então, deturpam-na, a exemplo das seitas pseudo-cristãs que "deturpam as demais Escrituras, para sua própria perdição". (2Ped.3:15,16).
Ora, a interpretação submersionista do batismo como sendo morte/sepultamento/ressurreição, não tem nenhuma base bíblica sólida, pois o crente morreu, foi sepultado, e ressuscitou com Cristo na sua morte, sepultamento e ressurreição, pois Ele mesmo foi (e é) o representante federal dos filhos de Deus. (Rom.3:6-11)

Batismo não é sinal morte e sepultamento, mas de VIDA (abundante através do Novo Nascimento - Col. 2:12, 13; Jo. 3:3), de VITÓRIA (sobre a morte espiritual através Novo Nascimento - 1Cor. 15:55-57; Jo. 3:5), de PURIFICAÇÃO (Jo. 3:25, 26); Eze. 36:25; Efe. 5:26), SALVAÇÃO (At. 16:31-33; Mar. 16:16), REMISSÃO (Mar. 1:4;  At. 2:38), ALIANÇA (Heb. 9:19-22;  Efe. 1:7;  Luc. 12:50; 22:20), da PROMESSA (At. 2:38, 39;  Mat. 28:19).
Como vimos, o substantivo neutro que aparece em Romanos 6:4, não se refere ao Batismo com água, e muito menos em água, e sim ao Batismo (BAPTISMA) efetuado, ou que teve efeito na cruz do Calvário: Jo.11:49-52; 19:28-30, 34-37), e sobre o qual o Senhor já havia predito: "Tenho, porém um BATISMO (gr.: BAPTISMA) com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo se  realize!"  (Luc.12:50)
Note bem: a palavra de Deus jamais descreve e muito menos prescreve o modo do batismo cristão, a não ser que deve ser efetuado com água em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Se o modo de batismo tivesse alguma importância, a Bíblia seria a mais clara possível ao descrevê-lo, não deixando a menor sombra de dúvidas; se a quantidade de água fosse importante, isto seria mandamento nas Sagradas Escrituras.

f)  Outros modos de Batismos no NT

1. Os fariseus censuram os discípulos de Cristo, por estes não lavarem as mãos antes de comer, etc. (Mar.7:2,3) O evangelista nos explica que os judeus “quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem (gr.: batizarem); e há muitas outras coisas que receberam para observar, como a lavagem  (gr.: batismo) de copos, jarros e vasos de metal e camas)” –  verso 4.
No “Manual de Benção”, judaico, lemos o seguinte: “Antes de comer o pão ou “MATSÁ”, deve-se lavar as mãos vertendo água de um copo três vezes sobre a mão direita toda, até o punho, e três vezes sobre a esquerda...” (*9)

2. O Senhor Jesus também quebra esta tradição:  O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara (gr.: batizara) primeiro, antes de comer.” (Luc. 11:38);

3. Alguém no inferno precisou do “baptos”:  “...E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.” (Luc. 16:24 – grifo acres.);

4. O traidor é indicado por meio do “bapto”: [O traidor] “é aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado (BAPTO). Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado (EMBAPTO), deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. (Jo. 13:26) – Também:   Mat. 26:23; Mar. 14:20;

5. O culto mosaico, da Primeira Aliança, era baseado “...somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções (gr.: batismos), impostas até ao tempo oportuno de reforma.” (Heb. 9:1, 10, .13, 19, 21).

g)   O Batismo Cristão

Quanto ao modo do Batismo, assim reza o "Dicionário Cultural da Língua Portuguesa": "...o batismo pode ser por submersão (totalmente), por imersão (parcialmente), por aspersão (borrifo) ou por infusão (água sobre a cabeça)..."(*10)
O Batismo Cristão, quando é feito no Senhor, deve ser aplicado uma só vez "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mat.28:19), e a substância usada para tal é a água. Alguns usam muita, e outros pouca. Alguns derramam-na e outros aspergem-na e ainda outros mergulham nela, mas todos chamam o "seu" batismo de Batismo e, infelizmente, alguns negam que o batismo do seu irmão seja verdadeiro (ou válido) pois este "não foi batizado do mesma forma que aqueles". Ora, o modo do batismo é opcional, pois a água é somente um símbolo exterior, ou seja, visível, e é um dos dois sacramentos (ou ordenanças, como queiram) dado pelo próprio Senhor Jesus à sua Igreja. Se o modo de administrá-lo fosse importante, este certamente estaria prescrito na Bíblia e, principalmente, no N.T. Se a quantidade de água, no Batismo, fosse necessária, também necessário seria a quantidade do pão e do vinho na Santa Ceia (Mat.26:26-30), pois estes dois são os únicos sacramentos(*11) que nos deixou o nosso Soberano SENHOR antes de ser assunto aos céus.

Concluindo, o rito do Batismo com água pode ser efetuado de diversas maneiras conforme nos indica o original grego, mas que representa um só Batismo, o Baptisma, e por isso "não pode ser repetido sem que haja blasfêmia."(*12)
E assim podemos ver que o verbo BAPTÔ/BAPTIZÔ é traduzido de várias maneiras no Novo Testamento:

1. ASPERGIR ......
 (Mar. 7:4 – Almeida-Atualizada);
2. BATIZAR ........
(I Cor. 1:17);
3. LAVAR ...........
(Luc. 11:38);
4. MOLHAR ........
(Luc. 16:24; Jo. 13:26);
5. PURIFICAR ....
(Mar. 7:4 – Almeida-Revisada.);
6. SALPICAR ......
(Apoc. 19:13 – Almeida Corrigida, Revisada e Edição Contemporânea);
7. TINGIR ...........
(Apoc. 19:13 - Almeida-Atualizada)

Em nenhuma destas passagens o verbo BAPTIZÔ tem, no original, o sentido de MERGULHO, SUBMERSÃO.
Embora a promessa do batismo com água seja a sua ASPERSÃO, (Is.44:3; Ez.36:25), não há descrição explícita deste tipo de batismo no Novo Testamento, a não se por inferência, como por exemplo, o batismo do apóstolo Paulo efetuado por Ananias na casa de Judas (At. 9:11,18; 22:16), do carcereiro de Filipos, entre outros. Se a Bíblia não descreve o modo do Batismo Cristão, o mesmo não se dá com o Batismo com o Espírito Santo, pois a sua promessa e cumprimento, como vimos anteriormente, é descrito tanto no Novo como no Velho Testamento, e a sua única  forma  é  o  Seu  DERRAMAMENTO.

*

 
(3)  O SANGUE

- No Velho Testamento (sombra, tipo)
1- O sangue do cordeiro pascal, aspergido na verga da porta, livra o povo de Deus do Destruidor, no Egito (Êx. 12:21-23);
2 - O sangue derramado no altar (Êx. 29:12, 20; Lev. 1:11);
3 - O sangue com o óleo da unção são aspergidos sobre Arão e seus filhos para santificá-los (Êx. 29:21);
4 - Molhado o dedo no sangue e aspergido sete vezes perante o SENHOR (Lev. 4:6);
5 - O sangue da oferta pelo pecado deve ser aspergido (Lev. 5:9);
6 - O sangue aspergido sete vezes sobre o que se purificar da lepra, assim como também o azeite deve ser aspergido sete vezes perante o SENHOR (Lev. 14:6, 7, 16, 27);
7 – Água e sangue aspergidos sete vezes sobre a casa contaminada pela lepra (Lev. 14:51, 52).
Embora o autor da Epístola aos Hebreus tenha falado das “diversas abluções” (gr.: batismos), ele exemplifica uma delas:

porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo, “ dizendo: ‘Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros.’ “Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado.” (9:19-21)

- No Novo Testamento (antítipo)
Todas essas leis e acontecimentos eram sombras do que havia de acontecer com a morte de Cristo:
 (Os soldados) “chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” (Jo.19:33,34).

Esse foi o “batisma” predito por Jesus:

1.      porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mat. 26:28);
2.      “a quem Deus propôs, no seu sangue (de Cristo), como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”. (Rom. 3:25);
3.      “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Rm. 5:9);
4.      “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,” (Ef. 1:7);
5.      “e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Col. 1:20);
6.       “Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” (Heb. 9:13, 14);
7.       “e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel.” (Heb. 12:24;  13:12, 20);
8.      “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1 Ped. 1:2);



 
Conclusão:

  A aspersão, e não a submersão, é o verdadeiro símbolo do Batismo, pois esta última sempre representou perigo de morte para o povo de Deus:

1. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” (Is. 43:2);
2.  “Dirigiu-o com segurança, e não temeram, ao passo que o mar submergiu os seus inimigos.” (Sal. 78:53);
3. “as águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente;” (Sal. 124:4);
4. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!”  (Mat. 14:30);
5. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.”  (1 Tim. 6:9 – Al. Cor.)

  Ao passo que a “Aspersão” sempre significou purificação, consagração:

1. “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.”  (Ezeq. 36:25);
2. “Assim lhes farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação” (Núm. 8:7,a)
3. Então, Moisés tomou o óleo da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o consagrou; “e dele aspergiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os seus utensílios, como também a bacia e o seu suporte, para os consagrar. “Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagrá-lo.” (Lev. 8:10-12).
4.    Os israelitas “foram batizados assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés” (1 Cor. 10:1,2), ao passo que os egípcios foram submergidos no mar. (Sal 78:53).
5.  A arca de Noé, figura do batismo, ficou em cima da água, quando caiu a chuva em dilúvio, sobre o mundo antigo, e por isso seus ocupantes foram salvos. Os incrédulos, porém, foram submersos nas águas diluviais. (1 Ped. 3:20, 21)
6. Os próprios judeus esperavam um expurgo mundial praticado pelo Messias, que seria feito por aspersão, baseados na passagem original hebraica de Isaías 52:15, que reza que o Servo de Javé “borrifará (heb.: נזה  = NÂZÂH)  muitas nações, e os reis fecharão a boca por causa dele...” (versão de Almeida “Revista e Corrigida.” e “Edição Contemporânea”), e os próprios judeus, no NT, esperavam a promessa de que o Messias batizaria, pois perguntaram a João Batista, após saberem por sua própria boca, que ele não era o Cristo (Messias): “Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? (Jo. 1:20, 25).

O Senhor Jesus é aquele que borrifaria, aspergiria as nações e que andará com um manto tinto, salpicado de sangue (Ap. 19:13 – ver versões “Revista e Corrigida”, “Revisada”, “Fiel” e “Contemporânea”, baseadas na de J. F. de Almeida – onde o verbo que foi traduzido por “tinto”, “salpicado”, é o verbo “BAPTÔ”), segundo a profecia de Isaías, que pergunta:

“Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? (63:2)

Ao que ele responde:

“O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo.” (verso 3) Compare este contexto de Isaías 63:1-3 com Apocalipse 19:13, 15, 16.
E assim, lendo de Gênesis a Apocalipse, podemos ver que para a obra redentora do Messias Jesus, há três testemunhas, ou seja, o Espírito, a água e o sangue, que testificam desde os primórdios da criação: no princípio, o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gên. 1:2c); em meio ao caos, a água estava lá (vs. 6, 7); o sangue do justo Abel foi o primeiro entre os homens, a ser derramado sobre a terra (Gên. 4:8-10; Heb. 11:4; 12:24);  as águas em dilúvio foram derramadas para purificarem a terra que havia se corrompido pelo pecado (Gên. 6:11, 17; 7:18); o sangue manchou a túnica de um justo (Gên. 37:31); o Espírito Santo repousou sobre setenta anciãos, os quais profetizaram (Núm. 11:25-29); a água da expiação aspergida sobre os levitas para os purificar (Núm. 8:7); o sangue aspergidos sobre Arão e seus filhos para os consagrar ao sacerdócio levítico (Êx. 29:21, 36, 44;  Lev. 8:23, 24;  Heb. 9:22); testificam também em Apoc. 2:7;  21:6; 22:1, 14, 17, etc.
 “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.”  (1 Jo. 5:6) Veio da água (líquido amniótico?) e do sangue, e concebido por obra do Espírito Santo (Mat. 1:18; Luc. 1:31-35; 2:5-7). Parto normal, de uma concepção sobrenatural! Veio por meio da água e do sangue, e morreu vertendo água e sangue! (Jo. 19:34).
Foi batizado com água e com o Espírito Santo. Embora o Senhor não precisasse receber o batismo da purificação (Jo.3:25, 26), a exemplo do sacerdócio levítico (Núm.8:6, 7), como muito bem reconheceu João Batista (Mat. 3:13-14), o Senhor disse-lhe que convinha cumprir toda a justiça (v. 15 com 5:17), para cumprir o rito de purificação de Núm. 8:7; foi ungido com o Espírito Santo, para cumprir o ordenação sacerdotal de Êx. 29:7-9; 30:25,30 e Lev.8:10-12.  Conf.:  Luc. 3:21-22; 4:16-18-21;  At. 10:38; e teve o seu batismo com sangue, para cumprir as leis de expiação (Luc. 12:50; Mat. 26:27,28; 1 Ped.1:2; Heb. 12:24 // Êx. 30:10; Lev. 1:4; 4:8, 20, 26, ; 5:9, 16, etc.).
No Batismo cristão, a única substância usada que simboliza a PURIFICAÇÃO é a ÁGUA (o que o difere do batismo de Moisés: água, sangue e cinza, aspergidos sobre o povo – Heb. 9:13, 19ss), pois a verdadeira purificação foi realizada pela aspersão do sangue de Jesus Cristo na cruz do Calvário (1Ped.1:2; Luc. 12:50; 22:20; Heb. 12:24), e aplicada através do derramamento do Espírito Santo da promessa (Is. 44:3; Jl. 2:28, 29; Mat. 3:11; At. 1:5, 8 / cap. 2:3, 4, 17, 18, 38, 39; 11:15, 16; Tt. 3:5, 6,ss) na vida daquele que nasce de novo, da água (Ef. 5:25, 26) e do Espírito (Ef. 1:13).
Estas são as Três Testemunhas, e elas são unânimes num só propósito. (1 João 5:8)

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Em Cristo: Luís Antônio Lima dos Remédios - IPM



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(*1) Estudo criado em Maio de 1993 (baseado em nosso livro “Mergulhando no Batismo”)  e revisto e aumentado em Maio de 2000.

(*2) Preposições gregas usadas na Septuaginta (LXX).  No original hebraico a preposição é  על (AL).

(*3) TRANSLITERAÇÃO - é a substituição do sistema gráfico de um idioma por letras de um outro alfabeto.

(*4) O texto em aramaico começa no capítulo 2 verso 4 e termina no capítulo 7 verso 28.

(*5) ORVALHO - camada de umidade que se desprende das nuvens ao ar livre em forma de gotículas aspergidas sobre a crosta terrestre.

(*6) Os números entre colchetes [ ] correspondem aos versos no original hebraico e na Septuaginta.

(*7) A criança primogênita era apresentada para o sacrifício, como o exigia a Lei, mas os animais (um par de rolas ou dois pombinhos) tomavam o seu lugar no sacrifício. Hoje nós fazemos parte da Igreja dos primogênitos (Heb.12:23), e o Senhor Jesus tomou o nosso lugar no sacrifício.

(*8) Embora o Senhor não precisasse receber o batismo da purificação (Jo.3:25, 26),  a exemplo do sacerdócio levítico (Núm.8:6, 7),  como bem reconheceu João Batista (Mat. 3:13-14), o Senhor disse-lhe que convinha cumprir toda a justiça (v. 15 com 5:17).

(*9) “Manual de Bênção”  por Yaacov Bande, tradução de Tatiana Belinky e transliteração de Esther Alpern - BEIT CHABAD, 12 de Ago. 1979 - São Paulo, SP - pág. 9.

(*10) “Dicionário Cultural da Língua Portuguesa”  por Faissal El-Khatib,  pág. 213, verbete: BATISMO - Editora Brasiliense S/A, 6ª edição - 1972.

(*11) “Sacramento” quer dizer: “mandamento sagrado”. “Ordenança” é um termo por demais genérico, pois Cristo nos deixou muitas ORDENANÇAS, como por exemplo: “Amai-vos uns aos outros”  (Jo. 15:10),  “Amai... os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai” (Luc. 6:35),  “Fazei discípulos” (Mat.28:19), “Deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo.12:14 - a Ordenança mais negligenciada), “Não julgueis... não condeneis... perdoais...” (Luc. 6:37), etc., etc., etc.  Ora, tudo isto foram Ordenanças ou Mandamentos do Senhor, inclusive o Batismo e a Santa Ceia, mas como ato tipicamente religioso, temos somente estes dois últimos,  fato pelo qual são chamados convenientemente de “SACRAMENTO”  (do latim: Sacramentum).

(*12) Conforme citação do “Vocabulário Bíblico” por J. J. Von Allmen.





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𝓛𝓾𝓲𝓼 𝓐𝓷𝓽𝓸𝓷𝓲𝓸 𝓒𝓪𝓬𝓮𝓻𝓮𝓰𝓮✍️ܠܘܝܣ

 

Por: Luís Antônio Lima dos Remédios - Luís Cacerege - ܠܘܝܣ

 

cacerege@gmail.com

Manaus - Amazonas - Brasil

 

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29- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

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31- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

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32- Matar e Assassinar em Hebraico

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34- Memra/Davar nos Targuns Aramaicos – parte-2

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35- Casamento: Instituição Divina (Ideologia de Gênesis) 

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37- Chamar o arco celeste de ARCO-ÍRIS é reverenciar uma entidade pagã?

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Por: Luís Antônio Lima dos Remédios

 

Luís - ܠܘܝܣלואיס - 𐤋𐤅𐤀𐤉𐤎 - Ⲗⲟⲩⲓⲥ - Λουίς

 

 

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