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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Santa Ceia: vinho ou suco de uva?



Santa Ceia:  Pão e... Vinho?



O que é vinho?
R= Vinho (do latim: vinu) - Líquido alcoólico, resultante da fermentação parcial ou total do mosto da uva ou ainda de outras frutas.

Suco de uva: caldo não fermentado, com propriedades nutritivas, que se extrai do fruto da videira por meio de pressão, sucção ou outro processo.

Há séculos que recebemos um legado da Igreja Romana: chamar o segundo elemento da Santa Ceia de “vinho”.
É costume secular a igreja romana usar o vinho e a hóstia[1] na celebração do sacrifício da sua missa[2] e como repetição da Santa Ceia. Normalmente, somente o sacerdote “romano” toma o vinho junto com a hóstia, e os demais participantes, somente comem da hóstia, pois lhes é vetado beberem do “sangue de Jesus”.[3] Segundo a teologia católica, no momento em que os elementos são consagrados, acontece a transubstanciação, ou seja, a transformação real da substância do pão (hóstia) e do vinho na substância do corpo e sangue de Cristo. Assim sendo, segundo a Igreja Católica Romana, o sacrifício de Jesus Cristo é repetido “literalmente” em qualquer lugar, a cada missa celebrada, contrariando a Palavra de Deus que diz que o sacrifício de Cristo foi efetuado uma só vez e não pode ser repetido:

Hebreus 9:
24- Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;
25- nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.
26- Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.
27- E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,
28- assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.

Por essa razão, os reformadores, ao restaurarem o verdadeiro significado da Santa Ceia, no ocidente, ou seja, que esta é somente um memorial e um anúncio da “morte do Senhor até que ele venha” (1Co. 11:26), conservaram o vinho e acrescentaram o pão, dando estes elementos aos participantes. Posteriormente, algumas igrejas evangélicas começaram a substituir o vinho pelo suco de uva, ou por questão econômica (a princípio), ou por questão didática e/ou religiosa, ou seja, pelo fato de pregarem a total abstenção de bebidas alcoólicas, pois alguns de seus adeptos, anterior à sua conversão, eram alcoólatra, não podendo ingerir nem uma gota de bebida alcoólica, com risco de uma “recaída”.
Alguns até ensinam que havia diferentes tipos de vinho no Novo Testamento e que o vinho transformado da água por Jesus não era alcoólico, mas suco de uva, diferente do vinho fermentado usado na época, pois está escrito: “Não vos embriagueis com vinho no qual há dissolução...” (Ef 5:18a)
Essa é uma opinião piedosa, com vista à abstinência, mas a mesma palavra  grega usada para vinho em Lucas 1:15, a respeito de João Batista, é a mesma para a transformação da água em vinho, (Jo 2:3-10) ou seja οινος (oinos)[4] e não “suco simples de uva”, pois ‎‎embriagava (Efésios 5:18).
Realmente, a ordem é: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito. (Efésios 5:18)
Então a pergunta: Além do pão, qual foi o principal elemento líquido usado por Cristo em sua última ceia?

Todos os quatro evangelhos e a Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (cap. 11:23 ss) fazem referência a somente dois elementos: O PÃO E O CÁLICE (COPO), onde os Evangelhos dizem conter do FRUTO DA VIDEIRA.
O fruto da videira, depois de prensado ou liquefeito, tira-se primeiro o suco e este, depois de fermentado transforma-se em vinho.
Mas ao celebrar a Santa Ceia o Senhor usou o suco puro ou o vinho (suco fermentado)?
Com toda a certeza foi o suco puro, ou seja, não fermentado (vinho).
Eis as razões para tal afirmação:

1.     Os Evangelhos não falam que foi vinho (embora não fale que foi  suco), mas simplesmente que foi o fruto da videira (embora ambos, suco e vinho sejam derivados deste). A tradição de chamarmos o segundo elemento da Ceia de “vinho” foi herdada da Igreja Católica Romana, como foi dito no início;
2.     Nenhuma passagem da Bíblia relaciona o vinha à Páscoa. Eis os elementos da páscoa judaica:
a)      Um cordeiro ou um cabrito sem defeito, macho de um ano, (Ex. 12:5) assado no fogo (versos 8 e 9);
b)      Pães asmos (ou seja, não levedado, sem fermento);
c)      Ervas amargas (v 8);
3.     É costume dos judeus praticantes da sua religião de se absterem de qualquer bebida alcoólica pelos sete dias da Páscoa pelo fato de o álcool ser o resultado da fermentação do fruto que lhe deu origem, e no caso do vinho, como foi dito, ser resultante da fermentação do sumo das uvas. Este é um costume milenar judaico derivado de Êxodo 12, conforme podemos ler das palavras do Senhor:
v. 15 – “Sete dias comereis pães asmos. Logo ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, pois qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até ao sétimo dia, essa pessoa será eliminada de Israel.
v. 19 – “Por sete dias, não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado será eliminado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.
v. 20 – “Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações, comereis pães asmos.

Pelo fato de que o Senhor, ao referir-se à semana da Páscoa, falou que “qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até ao sétimo dia, essa pessoa será eliminada de Israel”, os judeus também se abstêm, nessa semana, de beber qualquer bebida levedada (fermentada), incluindo-se aí também o vinho.
Assim sendo, o Senhor Jesus ao celebrar a primeira Santa Ceia juntamente com seus discípulos, como um memorial de Sua morte “até ele venha” (1Co. 11:26), a celebrou “no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos”, ou seja, na semana da Páscoa, após a celebração desta (Mat. 26:17-19, 26-30). Ora foi neste momento que eles beberam do “fruto da videira”, e certamente não foi vinho (alcoólico fermentado), mas o suco, segundo a tradição judaica, nesta época. É por esse motivo que os evangelistas não citam a palavra vinho (gr.: αινος = oinos) ao relatarem os acontecimentos da Santa Ceia, pois o Senhor não usou esta palavra (nem esta bebida) nesta ocasião, embora não fosse abstêmio. (Mat. 11:19 ou Luc. 7:34)
Pelo fato de o Senhor Jesus ter comido, na Páscoa e na Santa Ceia o pão asmo (isto é, sem fermento), devemos também comê-lo sem fermento, todas as vezes que celebramos a Ceia do Senhor? Certamente que não, pois o Senhor usou o único tipo de pão que havia no momento: o da Páscoa. Nós estamos na Nova Aliança (ou: Novo Pacto, Novo Concerto, Novo Testamento = gr.:  Kainê Diathekê), ou seja, seguimos uma Nova Constituição, e esta só exige que Celebremos a Santa Ceia comendo do pão (não diz que tipo) e a seguir bebendo do cálice (lat.: calix = copo, taça – gr.: ποτηριον = potêrion), que contêm a bebida do fruto da videira  (Mat. 26:26-29;  Mar. 14:22-25;  Luc. 22:19-20;  1Co. 10:16, 21;  11:25-28), que pode ser em forma de suco ou o vinho, embora não necessariamente.


Em Cristo: Luís Antônio Lima dos Remédios – IPM




[1] Hóstia - s. f. 1. Partícula circular de massa de trigo sem fermento, que o sacerdote consagra na missa. 2. Rel. ant. Animal imolado no sacrifício; vítima. (Dicionário Eletrônico Michaelis, versão 4.0 – grifo nosso)
[2] Missa - Cerimônia eucarística, com que a Igreja Católica representa como uma repetição do sacrifício de Jesus Cristo.
[3] Antigamente todos participavam da hóstia e do vinho da seguinte forma: o sacerdote católico molhava a hóstia no vinho do cálice e dava aos participantes da sua chamada “eucaristia”. Mas, depois, alguém notou que este gesto repetia ao que Cristo usou para indicar o traidor (Jo. 13:21, 26).  Assim sendo, esta prática de molhar a hóstia foi abolida e o sacerdote romano passou a dá-la sem o vinho.
[4] A palavra grega οινος (oinos) é de origem semita aparentada com a hebraica  יין (yayin) que procede de uma raiz não utilizada significando “enferver”, tendo o mesmo significado da palavra aramaica para vinho, ou seja, חמר / ܚܡܪ (hhamar) - Conf. Daniel  5:1,2, 4, 23.




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𝓛𝓾𝓲𝓼 𝓐𝓷𝓽𝓸𝓷𝓲𝓸 𝓒𝓪𝓬𝓮𝓻𝓮𝓰𝓮✍️ܠܘܝܣ

cacerege@gmail.com

Manaus - Amazonas - Brasil

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Outros estudos já postados:


01- O Novo Testamento NÃO Foi Escrito em Hebraico e/ou Aramaico

02- O espiritismo segundo [alguns] “evangélicos”

03- Adultério do Coração

04- Santa Ceia: vinho ou suco de uva?

05- O Inferno

06- O Que a Bíblia Diz Sobre a Idolatria

07- Deuterocanônicos ou Apócrifos?

08- A divisão das horas do dia nos tempos bíblicos

09- O dia do Senhor: Sábado ou Domingo?

10- 30 Razões Porque Não Guardo o Sábado

11- Deus e deuses

12- O Nome JESUS

13- O Verbo era um deus?

14- A Divindade de Cristo negada entre colchetes

15- Cruz ou estaca de tortura?

16- YHWH – Um Nome que será esquecido para sempre

17- Alma, corpo e espírito

18- A Peshitta confirma o Novo Testamento grego – 01- CAMELO ou CORDA?

19- A Peshitta confirma o Novo Testamento grego – 02- LEPROSO ou FAZEDOR DE JARROS?

20- PARAÍSO: HOJE ou UM DIA? (Lucas 23:43)

21- Adultério Virtual

22- KeNUMÁ e os modalistas nazarenos

23- A Virgem Que Concebeu

24- A História do Universo (O Livro de Melquisedeque)

25- O Tetragrama na Septuaginta Grega (LXX)

26- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 1

27- A transição da escrita Páleo-hebraica para a Aramaica-assíria nas Escrituras

28- Qual o dia da morte de Jesus?

29- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

30- As Três Testemunhas da Aspersão

31- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

32- Matar e Assassinar em Hebraico

33- Memra/Davar nos Targuns Aramaicos – parte-1

34- Memra/Davar nos Targuns Aramaicos – parte-2

35- Casamento: Instituição Divina (Ideologia de Gênesis) 

36- O Servo Sofredor de Isaías 53 na visão judaica, antiga e moderna

37- Chamar o arco celeste de ARCO-ÍRIS é reverenciar uma entidade pagã?

38- E todos os anjos de Deus o ADOREM

39- O Grande Deus e Salvador Jesus Cristo

40- Os Gigantes da Antiguidade
 
41- A Síndrome da Serpente 

42- Textos Bíblicos Alterados - Hebreus 1:6

43- O Batismo Trinitário de Mateus 28:19 

44- O Nome JESUS nos Idiomas Bíblicos

45- O Nome JESUS e os neojudaizantes

Obs.: É permitido a cópia para republicações, desde que cite o autor e as respectivas fontes principais e intermediária.


Por: Luís Antônio Lima dos Remédios 


Luís - ܠܘܝܣ- לואיס - 𐤋𐤅𐤀𐤉𐤎 - Ⲗⲟⲩⲓⲥ - Λουίς✍️


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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Adultério do Coração

ADULTÉRIO NO CORAÇÃO





O presente estudo é uma ampliação de um trabalho de pesquisa que organizei há mais de quinze anos, agora enriquecido com novos argumentos sobre o coração pensante.
 

O Senhor Jesus disse:
“Ouviste o que foi dito: ‘Não adulterarás.’”
“Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.” (Mat. 5:27, 28)
 
O Senhor Jesus, ao "mudar" (fazer um acréscimo) à Lei dos 10 Mandamentos (Heb. 7:12), no caso em pauta, o 7º, ao dizer: "Eu, porém, vos digo...", tinha razões mais que suficientes ao afirmar que no momento em que um homem, ao olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já, no mesmo instante, adultera, pois, além dos motivos espirituais (já os conhecemos de cor), há os orgânicos em que o adultério REALMENTE ACONTECE!!!
Vejamos:
No momento em que um homem olha para uma mulher com desejo sexual, já é o suficiente para que sua mente vagueie com pensamentos eróticos, fazendo, com isso, que seu cérebro reaja por uma secreção de endorfina(1) e receba dos rins os corticoides necessários que estimulam o hipotálamo(2), que é a parte do cérebro que controla as reações sexuais, inclusive o apetite sexual.
A endorfina tem um papel decisivo na relação sexual, pois ela é liberada em grande quantidade quando se fica excitado, causando certa insensibilidade tátil por todo o corpo.(3) Ela também dilata as pupilas, vasos sanguíneos e os corpos cavernosos dos órgãos genitais, o que já é a preparação para o ato sexual.
No momento da excitabilidade do homem, este libera uma boa dose do seu principal hormônio: a testosterona. No homem este hormônio é produzido pelos testículos e atua no desenvolvimento das glândulas genitais e em seus caracteres secundários. Ele age sobre o hipotálamo fazendo com que aumente a sensibilidade dos órgãos genitais, e faz com que este tenha fantasias sexuais, e se ele se deixar levar, estas o levam a viajar pelos haréns da vida, fazendo com     que se excite cada vez mais. Assim sendo, o homem "adultera em seu coração", com os seus pensamentos, pois (e principalmente) na adolescência, e até por volta dos 25 anos de idade, quando ele atinge o auge da sua sexualidade, sua mente fica fértil para as fantasias eróticas,(4) e se não tiver um autocontrole, logo buscará fazer com que estas fantasias se tornem realidade.
Há também outros hormônios produzidos pelo gênero humano em seu mesencéfalo: a dopamina e a lulubina. O primeiro, como o próprio nome já indica, é um dos mais fortes "entorpecentes" naturais produzidos pelo corpo humano, pois é um neurotransmissor essencial para a motivação e recompensa e tem ação imediata logo após o início da relação sexual (em alguns indivíduos bem antes), inclusive, em alguns casos de pervertidos, a sua mente pode ficar insensível, obscurecendo-lhe o raciocínio, pois a dopamina, em conexão com a endorfina, pode levar o homem a fazer certos atos poderão levá-lo a arrepender-se logo após o seu efeito passar ou até mesmo como uma das consequências o desprezo a sua parceira, voluntária ou não. É por isso que muitos maníacos sexuais perdem o controle racional e chegam até a matar suas vítimas, adultas ou infantis. O segundo hormônio, a lulubina, controla os instintos sexuais como o desejo, a vontade de acariciar, ser acariciado, beijar, etc.
No mesmo instante em que estas reações metabólicas acontecem, há outra também decisiva: o organismo passa a segregar uma substância chamada feromona. Esta é primordialmente uma mensageira química entre duas pessoas. É basicamente uma substância odorante presente na gordura segregada pela pele e no suor.(5) As suas moléculas passam de uma pessoa para outra entrando pelo nariz, seguindo até o rinencéfalo, que é a sede das secreções neuro-hormonais. A principal função das feromonas é reajustar o metabolismo biológico entre duas pessoas fazendo com que elas, ao conviverem, se pareçam, não só nas atitudes, mas emocional e até fisicamente! E quando o homem se une a uma mulher, a tendência dos dois é se tornarem uma só carne, pois além das misturas químicas, após a ejaculação a maior parte do líquido seminal é expelida naturalmente pela força da gravidade e de leves contrações, mas a parte que fica, inclusive seu ADN (DNA), é absorvida pelo canal vaginal e, se ele adultera ou fornica, há uma verdadeira confusão neuro-hormonal, pois o seu organismo biológico está ajustado a identificar-se, na área sexual, com uma só pessoa. (Mt. 19:3-9; Jo. 4:16-18) Além do mais, quando uma pessoa se torna "uma só carne" com outra pessoa, e depois com outra, e mais outra, etc., não há somente uma união de corpos, mas também de almas. Nesse caso, se não houver arrependimento, as maldições que uma pessoa carrega são compartilhadas com outra ou outras pessoas que participaram dessas uniões ilícitas.

Assim sendo, quando um homem olha para uma mulher com intenção impura no coração, literalmente  adultera com ela, pois somente num flerte, quase um terço do que está descrito acima já ocorre, e se o homem continuar, mesmo à distância, ou seja, mesmo sem o contato íntimo, todas essas reações acontecem, fazendo com que o homem mergulhe nas ilusões do seu enganoso e corrupto coração, pecando contra Deus, e contra seu próprio corpo, pois este, quando fica excitado prepara-se para uma relação que muitas vezes não é satisfeita, causando-lhe frustração, e que a longo tempo, acarreta males incalculáveis ao seu metabolismo, tendo como consequência um verdadeiro desequilíbrio emocional e orgânico que pode causar a sua autodestruição, com os sintomas de envelhecimento precoce e a degeneração (descalcificação) óssea, como muito bem experimentou o salmista Davi (Sal. 32:3, 4). Além do mais, o pecado é também contra (e com) a pessoa desejada (se não for seu cônjuge), pois como vimos, ela também participa indiretamente de tais reações, embora somente quando ela se torna receptível ao flerte.

O amor pode parecer como uma força solitária, mas especialistas sabem de pelo menos três impulsos que excitam nosso desejo de acasalar. Cada um destes impulsos, em grande parte independentes, dirigem nossas ações através de vários neurotransmissores e caminhos no cérebro.
O mais primitivo destes impulsos é o da luxúria, o que pode nos impulsionar a buscar sexo com uma série de parceiros. O desejo sexual é abastecido principalmente pela testosterona em homens e mulheres. Digitalização de imagem por ressonância magnética funcional (sigla em inglês: fMRI) permitiram identificar duas regiões do cérebro fortemente associadas com esse hormônio do tesão: o hipotálamo, lá no fundo do nosso cérebro, e as proximidades da amídala, são chaves para o processamento da memória e de fortes emoções. O ser humano que não tem o autocontrole, principalmente quando não tem o temor de Deus em seu coração, se deixa levar por este forte impulso. Para satisfazer o seu desejo luxurioso, muitos homens usam o "amor" como um artifício para a busca de seu prazer físico, carnal, enquanto que a mulher, mais emocional, muitas vezes em busca de um amor verdadeiro, se deixa ser usada como objeto de satisfação sexual. Não raro o contrário também acontece.
O segundo, e talvez o mais potente de nossos impulsos reprodutivos é conhecido simplesmente como "atração", que se dá também em aves e mamíferos, e "amor romântico" em seres humanos. Ao contrário da luxúria que é o modo de procriar-com-todos, o amor romântico é um sistema que concentra as nossas energias de forma intensiva e seletiva em um companheiro preferido. É o que nós sentimos, em outras palavras, quando encontrarmos o que achamos ser a "nossa cara metade" e torna-se determinante a conquista de seu coração. 
Nosso terceiro sistema é mais chamado de "apego" em animais, e "amor companheiro" em seres humanos. Embora sem dúvida menos extravagante do que os outros dois, este impulso é fundamental para cimentar os laços vitais para o cuidado parental cooperativo. Nos contos de fadas, o apego é a parte do "felizes para sempre"; na vida real, muitas vezes se desenrola depois que os filhos estão "criados" e o casal tem mais tempo para viverem um para o outro. É por isso que, quando o homem se casa, deve deixar o homem pai e mãe (sem deixar de apoiá-los moral e até financeiramente, se for o caso) para se unir à sua esposa (Mt 19:5), para que seus pais tenham uma maior interdependência. Uma agressão a essa lei natural é quando os pais (ou um deles) "jogam" um ou mais filhos para serem cuidados pelos avós que, depois terem criados seus filhos, vão agora cuidar dos filhos dos outros.
O apego não é uma proposição de "tudo-ou-nada", mas um processo gradual que parece ser provavelmente facilitado por dois outros hormônios que inundam o cérebro durante a intimidade: a oxitocina(6), apelidada de "composto do afago" e a vasopressina(7), um peptídio que também controla a tensão, mas que até agora não tem nenhum apelido cativante.
Todos estes hormônios têm contato direto com o nosso coração, pois quando são ativados, inundam a nossa corrente sanguínea.

Pesquisas recentes têm revelado que o “nosso coração possui um conjunto de mais de 40 mil neurônios, um "minicérebro". Este conjunto torna o coração sensível e capaz de adaptar seu comportamento de acordo com suas percepções. O coração reage ao que percebe, influenciando todo o corpo, inclusive, o cérebro.” (http://www.personare.com.br/revista/saude-e-beleza/materia/630/neuronios-no-coracao). 
Num documentário da TV fechada (eu assisti quatro vezes em dois dias), no Discovery Channel intitulado: “A Ciência da Mágoa” (a melhor tradução do inglês seria: “A Ciência do Coração Partido” - The Science of The Broken Heart) cientistas comprovam que o coração é mais que uma “bomba” injetora de sangue. Ele tem sentimentos, pensamentos e desejos distintos do cérebro e isso por conter milhares de neurônios (cerca de 40 mil, como vimos acima). Foi provado que pessoas que receberam doação de coração começaram a ter desejos, pensamentos e habilidades da pessoa de origem. Este documentário mostra um homem que sempre foi bruto, inclusive com sua esposa, e nunca lhe havia dito uma só palavra de carinho, logo após receber um transplante de coração pediu caneta e papel e fez uma linda poesia para a sua esposa. A partir daí, todos os dias ele fazia a mesma coisa (cada dia uma poesia!) além de sempre elogiá-la, cortejá-la, ser-lhe gentil, etc.. A esposa disse que via literalmente um novo homem em seu marido. Ele havia recebido o coração de um poeta apaixonado! Fonte não mais disponível: http://www.discoverybrasil.com/web/descobrir/Programe-se/ciencia-da-magoa/.

Esse foi um caso positivo, mas... e se fosse o coração de um desequilibrado emocional, ou mesmo um assassino, etc.? Deus tenha misericórdia!

"Em um estudo no Journal of Personality and Social Psychology, pesquisadores descobriram que de 114 norte-americanos que haviam sido rejeitadas romanticamente nas oito semanas anteriores ao estudo, 40 por cento mantiveram-se clinicamente deprimidos - 12 por cento de moderadamente a grave."
"Um coração partido por um amor perdido está entre os eventos de vida mais estressantes que uma pessoa pode experimentar", diz David Buss, Ph.D., autor de The Evolution of DesireStrategies of Human Mating. "É ultrapassado em dor psicológica só por acontecimentos terríveis, como a perda de um filho.”

"O fim de um relacionamento de longo prazo pode ser extremamente traumático, especialmente para um homem quando sua companheira o engana e, de repente, anuncia que quer o divórcio, ou mesmo quando morre. Pesquisadores descobriram que a enxurrada de hormônios do estresse que acompanha esses eventos pode enfraquecer o coração, uma razão que leigos e médicos têm igualmente apelidado o fenômeno de “Síndrome do Coração Partido”. (The Science of Heartbreak, por Jim Thornton, traduzido de http://www.menshealth.com/sex-women/pain-lost-love)

Foi também comprovado que que a causa de alguns infartos é a falta de perdão:

<<É preciso dizer: "Eu te perdoo". A conclusão é da Medicina e da Psicologia que, juntas, começam a comprovar que o corpo reage negativamente a sensações como o ressentimento e a raiva. Os infartos, por exemplo, são associados, em alguns casos, a pessoas que não conseguem perdoar. Enquanto isso, o perdão tem sido visto como a possibilidade de viver melhor e com mais saúde. Uma questão não apenas subjetiva, mas que faz parte do campo da saúde." >>
(Crédito: Morgana Miranda em https://www.correio24horas.com.br/saude/e-preciso-perdoar-ciencia-confirma-ligacao-da-magoa-com-infarto-1219#:~:text=%C3%89%20preciso%20dizer%3A%20%22Eu%20te,pessoas%20que%20n%C3%A3o%20conseguem%20perdoar.)

O poder dos neurônios do coração sobre as emoções não é somente poético, mas também biológico. O cérebro e o coração estão conectados pela rede neural mais poderosa do corpo: o nervo vago. Este transmite milhões de mensagens todos os dias. A grande maioria não vem do cérebro, mas do coração. E essa rede é responsável por comunicar as emoções. As atividades sociais positivas ativam o nervo vago do coração. Em outras palavras nossos relacionamentos estão constantemente moldando nosso mundo interior.

Pessoas que passam por um intenso transtorno emocional como o luto após a morte de um ente querido ou o rompimento de um relacionamento amoroso podem desenvolver efeitos graves em seus corações. O coração dessas pessoas pode mudar drasticamente para a forma de um takotsubo, que é um vaso japonês com um gargalo estreito e uma base larga. É chamado “síndrome do coração partido” ou cardiopatia de Takotsubo. E sabe-se que o estresse emocional pode acelerar o desenvolvimento de doenças cardíacas e aumentar o risco de mortalidade cardíaca. A causa exata é desconhecida. Acredita-se que uma super dosagem de adrenalina inunda o coração causando choque nas células cardíacas e as enfraquecendo. Hormônios como a adrenalina são as principais formas como o cérebro se comunica com o coração. E o risco de desenvolver takotsubo pode ter a ver com a força das conexões neurais e a como elas respondem ao estresse. As mesmas regiões do cérebro que regulam os batimentos cardíacos foram associadas a condições emocionais, como a depressão. Mas ao contrário de um ataque cardíaco, as células cardíacas ficam em choque, não perdidas. Felizmente, grande parte das lesões cardíacas são reversíveis, pois o coração tende a se corrigir. Então, quando nossos estados emocionais voltam ao normal o próprio coração também pode voltar ao normal. Há um tipo de cardiomiopatia de Takotsubo ou “síndrome do coração partido” que ocorre também após eventos felizes. Mas o formato do coração muda de modo diferente. Assim como a adrenalina pode danificar as células cardíacas, há outros hormônios que podem ter o efeito contrário. E há uma molécula que está mais associada ao complexo comportamento social dos seres humanos: a ocitocina (ou: oxitocina), comumente chamada de “hormônio do amor”. Ela é ativada quando se abraça um amigo ou quando se dança agarrado com alguém especial. Essa sensação vem quando a ocitocina é liberada e segue direto para o coração. Assim como o medo pode fazer o coração acelerar, a ocitocina liberada pelo toque pode acalmá-lo. Os receptores de células cardíacas detectam sua presença e a frequência cardíaca diminui. Também ajuda a diminuir a inflamação nos vasos sanguíneos. Então, realmente pode ter um efeito terapêutico em artérias e veias estressadas. Mesmo em interações curtas podem estimular sua liberação. Então, para o coração o amor é como milhares de breves encontros ao longo da vida. Sabe-se que pessoas com relacionamentos longos tendem a viver mais.” (Fonte: Netflix: Corpo Humano – Nosso Mundo Interior, segundo episódio: Pulsação.)

“Quando os humanos passam do sentimento de desejo para atração, um conjunto de diferentes hormônios são liberados: dopamina e norepinefrina (também conhecido como noradrenalina que é uma das monoaminas que mais influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação junto com a serotonina, dopamina e adrenalina). Esse coquetel de substâncias químicas faz nosso coração acelerar, nossas palmas das mãos suarem, nossa bochecha corar, ficamos mais animados, eufóricos, tontos até. A atração reduz nossos níveis de serotonina fazendo que os novos apaixonados percam o sono e a vontade de comer. Os sentidos do olfato, da visão e do tato, tudo tem a ver com a forma como os hormônios reagem em nosso cérebro. Exatamente como e quanto, estamos começando a entender.” (Fonte: Netflix: Corpo Humano – Nosso Mundo Interior, sexto episódio: Nascimento.)

Mas não somente no cérebro e no coração há neoronios, mas também no abdômen:

<<Nas profundezas do seu abdómen há um sistema nervoso completo, conhecido como sistema nervoso entérico. Contém mais de 100 milhões de neurônios, mais do que a medula espinhal e mais do que o cérebro de muitos animais pequenos, como um gato ou um rato.

Este “segundo cérebro” não só gerencia a digestão, mas também produz 90% da serotonina do seu corpo, o neurotransmissor do bem-estar. Além disso, ele comunica com seu cérebro real através do nervo vago, afetando seu humor, suas escolhas e sua intuição.

É por isso que sentimos borboletas quando estamos apaixonados ou nós quando estamos com medo.

Seu estômago não só digere... pensa, decide e sente.

"Nós carregamos um cérebro escondido na barriga... e raramente o ouvimos.">>

Fontes:

Michael Gershon, o segundo cérebro, Cientific American, "O cérebro no seu intestino". A natureza avalia a neurociência, “Comunicação Intestino-Cérebro

Daí, penso eu que, pelo fato de o coração ter cerca de 40 mil neurônios, como também o abdômen (este conhecido também como "barriga" ou "estômago" de forma coloquial, e abrange a cavidade abdominal, que contém a maior parte dos órgãos internos como o estômago, intestinos e órgãos reprodutores) ter mais de 100 milhões neurônios, estes, mesmo com o cérebro entorpecido por drogas lícitas (bebidas alcoólicas) ou drogas ilícitas, continuam funcionando normalmente suas atividades, e principalmente o coração que, embora haja uma leve alteração em seus batimentos, se fosse afetado drasticamente por essas drogas, após o entorpecimento do cérebro, o usuário sofreria vários infartos,  por exemplo, como são afetados os sentidos da visão (turvamento), audição (não ouvir corretamente, causando falta de compreensão das palavras), tato (insensibilidade parcial na pele), mente (confusão e esquecimento temporário de palavras, locais, pessoas, etc.) e os membros superiores (pouco  tato nas mãos) e inferiores (principalmente o andar cambaleante). 

 Assim sendo, como o principal assunto aqui é sobre ocoração, este não é somente um órgão musculoso que bombeia o nosso sangue para todo o corpo, como nos foi ensinado pelo racionalismo que influenciou a ciência e até a teologia moderna, pois até mesmo pastores e grandes teólogos acreditaram nessa mentira e várias vezes li e ouvi algo assim: "coração, nessa passagem, significa mente".

O Creador, o Deus que não mente, quando inspirou a palavra "coração" nas Escrituras Sagradas, se referia a coração MESMO e não "mente", razão cerebral. 

A Bíblia fala muito em coração como tendo vontade, pensamentos, desejos, etc. Confira:

E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” (Gn. 6:5)
Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha falado.” (Êx. 7:13);
E venham todos os sábios de coração entre vós, e façam tudo o que o SENHOR tem mandado” (Êx. 35:10);
Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado.” (Lv. 19:17)
E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.” (Dt. 8:17);
Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR teu Deus pede de ti, senão que temas o SENHOR teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma” (Dt. 10:12)
Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença." (Sal. 73:21-22)
E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.” (1Rs. 11:3) ...
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente perverso; quem o conhecerá?” (Jr. 17:9)
Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração?” (Jr. 23:26)
O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” (Mt. 12:35)
Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mt. 15:8)
Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.” (Mt. 15:18)
Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mt. 15:19)
Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” (Mt. 18:35)
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.” (Mt 22:37), etc..
Só depois desses conhecimentos que Deus me deu a oportunidade de possuir, é que compreendi muitas das nossas atitudes e conflitos internos: muitas vezes a razão diz uma coisa e o coração outra. Na maioria das vezes quando desprezamos o que diz a razão e “damos ouvidos” ao nosso coração (que é corrupto), “quebramos a cara”. É por isso que quem está com a mente entorpecida seja por drogas “lícitas”  (alcoólicas) ou ilícitas (psicotrópicas), os desejos do coração afloram e o homem pode cometer certos atos e até as maiores barbaridades que não cometeria estando sóbrio, pois os desejos que estavam "incubados" no coração, mas que antes eram controlados pela razão, agora vêm à tona.


É por causa disso que até o nosso culto a Deus deve ser racional (grego: lógikos  Rm. 12:1), e não somente emocional, controlado pelo nosso coração. Deve haver um equilíbrio entre ambos: mente e coração.  Ver também: Heb. 8:10.

O apóstolo Tiago, irmão do Senhor Jesus, fala que a cobiça é que principia a tentação no homem:

"Ao Contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a more." (Tiago 1:14-15)

A cobiça é o desejo ardente e imoderado de possuir ou conseguir alguma coisa. Quando o homem cobiça uma mulher (ou vice-versa), se não tiver moderação, pode perder o controle da razão e se deixar levar pelas emoções geradas pelos neurônios do seu coração que a Bíblia diz ser tremendamente enganoso (Jr. 17:9; 23:26). O resultado disso é um total descontrole físico, mental, hormonal, etc.
Como já foi dito anteriormente, quando a Bíblia fala de “coração”, muitos pregadores e até leigos contextualizam e dizem que ela fala em linguagem figurada referindo-se à nossa mente ou cérebro. Mas na realidade o que ditou o Manual de Instruções do Ser Humano (a Bíblia), quando falava em coração É coração mesmo! Por isso devemos sempre pedir:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mal, e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmo 139:23-24)

Quando uma pessoa é convertida por Deus, recebe “um novo coração do Pai: coração regenerado, coração transformado, coração que é inspirado por Jesus”. Deus tira o coração de pedra e dá um coração de carne. (Ez. 36:26) O ímpio, por não entender isso, acha que foi “lavagem cerebral”, mas na realidade foi “lavagem” cardíaca e de alma! (João 3:3, 5; Efésios 5:26; Tito 3:5)


👰♀🤵‍♂CASAMENTO: INSTITUIÇÃO DIVINA (IDEOLOGIA DE GÊNESIS)

Casamento: união matrimonial de um casal, ou seja, entre um homem 👨 e uma mulher. 👩

Numa viagem às comunidades da margem esquerda do rio Negro, há poucos anos atrás, conheci o dirigente da congregação de uma grande denominação que ainda não era batizado por não ser "casado" com aquela a quem apresentava como sua esposa e com a qual vivia há quase dez anos e que já tinha dois filhos, um pequeno e uma pré-adolescente. Ou seja, ele poderia ser dirigente de uma congregação, pregar, mas não poderia ser batizado porque não tinha (e nunca teve) uma certidão de casamento. 📄 Para sua felicidade descobriu-se que ele detinha um documento de união estável (o que serviu como prova de seu "casamento") e então ele pôde ser batizado e empossado oficialmente como dirigente da congregação.

Para muitas autoridades eclesiásticas Deus somente aceita como membro formal de Sua Igreja o casal que tem um documento escrito de que estão casados. Sem esse documento muitos espalham a mentira do diabo 👿 de que mesmo vivendo juntos vários anos (até dezenas de anos), o casal está em adultério! Anos atrás conheci uma irmã que nunca havia sido batizada porque estava em "pecado de adultério". Ela havia traído ou estava traindo o seu companheiro com quem convivia há mais de vinte anos? Não. Ela disse que estava em adultério porque seu companheiro não queria casar legalmente. O pastor, comovido com a sua situação, disse que poderia batizá-la, se ela quisesse, pois a culpa de tal "adultério" não seria dela. Ou seja, ele confirmou a falsa acusação de que ela era adúltera, mas a culpa não era dela, mas de seu marido. Mesmo assim nessa irmã sempre pairará a falsa ideia e frustração de que sempre estará em adultério enquanto seu esposo não "casar" com ela, tendo como prova uma certidão de casamento...

Essa ideia de que um casamento só é válido se for através da comprovação de uma "certidão de casamento" foi inventada pela igreja católica romana que antigamente (não sei se é ainda hoje) só aceitava um casamento feito na dita igreja sendo abençoado por um de seus sacerdotes e a certidão de casamento como comprovante desse ato. Antes era válida a certidão de casamento emitida somente por uma autoridade eclesiástica (casamento religioso), mas na era moderna, com a separação entre a igreja e o Estado, começou a ser válido o casamento civil (normalmente feito diante de um juiz) que posteriormente se sobrepôs ao outro ao ponto de somente ser válido legalmente o casamento civil e, nos últimos anos, foi inventado o casamento religioso com efeito civil (mas com a papelada gerada num cartório).

Vou logo dizendo que não sou contra a legalização do casamento, muito pelo contrário, pois é bom não só diante da sociedade, mas também psicologicamente para o casal e é uma segurança jurídica (embora atualmente já havendo provas documentais ou mesmo testemunhais de tal união, já há segurança jurídica). Eu mesmo acho linda uma cerimônia religiosa em uma igreja ou não que antecede o casamento (ou seja, a consumação com o acasalamento). 💒

Eu já aliviei a consciência de uma senhora que passava pela mesma situação mostrando que ela não estava em adultério, mas que diante de Deus ela estava casada, embora não legalmente diante dos homens, mas que seria bom se tal legalização acontecesse se pudesse.

Ouvi várias vezes de um certo pastor e amigo meu, já falecido, que, ao aconselhar membros de congregações que não eram casados por não terem um papel assinado, sempre usava como exemplo Gênesis 2.24:  " Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne." Mas aí não vi nenhum mandamento para uma certidão de casamento. Ou seja, para Deus um homem e uma mulher, ao se unirem sexualmente, formam uma só carne, logo, estão casados. Se se separarem não sendo por porneia e se unirem a outra pessoa, aí sim, cometerão adultério. (Mateus 19:9) Há outro fator importante que confirma isso: se um casamento não for consumado (através da relação sexual) e for provado legalmente tal fato, pode ser anulado, tanto na esfera civil, como religiosa.

Posteriormente, ao conversar com esse irmão pastor e outros irmãos sobre isso, lembrei-lhes o caso de Isaque que, após Eliezer, servo de seu pai Abraão, lhe trazer Rebeca para ser sua esposa, "Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher." (Gênesis 24:67a) Aí não houve nenhuma cerimônia oficial de casamento, mas este se deu por "acasalamento", como aconteceu desde o início do mundo com o primeiro casal. O pastor contra-argumentou que se Moisés concedeu carta de divórcio(8), 📜 conforme falou o Senhor Jesus, é porque esta anularia uma escritura de casamento. Ora, uma semana antes, num congresso, esse mesmo pastor também ouviu que no Oriente Médio, desde os tempos antigos, a mulher, ao ser dada como esposa a um homem, esta era sua possessão para sempre, a não ser que fosse lhe dada carta de divórcio (o que eu chamo nesse caso: "carta de alforria"). Assim sendo, somente o homem dava "carta de divórcio" (até hoje entre os árabes é assim). Depois que o casal concretizava a união através da relação sexual, havia a comemoração do casamento (bodas) que, conforme as posses dos noivos, poderia durar dias.

Mas voltemos ao caso do dirigente de congregação que não era batizado. Pela lei de Moisés, dada por Deus, este estaria desqualificado para o serviço sagrado por estar impuro. (Núm. 8:5-8 e 15). Mas como os cristãos não seguem os preceitos cerimoniais da Lei de Moisés, mas sim os da Nova Aliança (ou: Novo Testamento), o que fazer? O Senhor Jesus, antes de iniciar o seu ministério, foi até João Batista para ser batizado. "Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu." (Mateus 3:14-15). Que justiça era essa? No caso do Senhor Jesus era o rito de purificação para o início do seu ministério sacerdotal, pois, embora não necessitasse ser purificado por ser puro desde o ventre materno, tinha que cumprir a lei sacerdotal.

O batismo com água, no Novo Testamento, embora seja um sinal visível de aliança, é também chamado de purificação (João 3:25, 26ss), e por isso, há a ordenança do batismo dada pelo próprio Senhor Jesus (Mateus 28:19; Marcos 16:15-16) e logo posto em prática por seus seguidores após Sua ascensão. (Atos 2:38, 39, 41; 8:36-38; 9:18, etc.).

Concluindo, quando um homem adultera ou fornica (se prostitui), não peca somente contra o seu próprio corpo (1Co. 6:16) - pecado originado primeiramente em seu coração -, mas peca também, e principalmente, contra o seu Criador que, ao criar toda a complexidade que envolve a relação sexual, a fez para a satisfação e identificação mútua do homem com a sua esposa, tornando-os uma só carne (Mt 19:5, 6) num casamento segundo a Sua vontade.

 


Fontes:
1- A BÍBLIA (versão baseada na tradução de J. F. de Almeida Edição Revista e Atualizada no Brasil – 1ª Edição (SBB);
2- Programa “ONLINE BIBLE EDITION” versão 4.11 (ano 2011);
3- Artigo (recorte) A QUÍMICA DO PRAZER por Jean-François e Cécile Corre;
4- DICIONÁRIO CULTURAL DA LÍNGUA PORTUGUESA por Faissal Al-Khatib;
5- ENCICLOPÉDIA E DICIONÁRIO ILUSTRADO" por Koogan/Houaiss;
6- A Ciência da Mágoa (Discovery Channel);
7- The Science of Heartbreak, por Jim Thornton, postado no site http://www.menshealth.com/sex-women/pain-lost-love;
8- Citação: "O cérebro do coração" (http://www.neuromkt.com.br);
9- Experiência, observações e conhecimentos próprios.
 




(1) A endorfina é uma morfina natural, e as suas moléculas situam-se em fibras que normalmente produzem as mensagens de dor, que por sua vez as comunicam ao cérebro. Ao serem estimuladas, estas moléculas bloqueiam por instantes estes canais de comunicação, não permitindo mais a passagem das estimulações dolorosas. Assim sendo, qualquer mãe sabe, por instinto natural, o quanto um filho seu que acabara de machucar-se é aliviado logo após este lhe recebe carinho e atenção. É aí que a Endorfina entra em ação ao ser liberada pelo cérebro da criança. Ela é um analgésico natural.
(2) HIPOTÁLAMO - é a parte ventral do diencéfalo, e este é a segunda das cinco divisões principais do encéfalo.
(3) Daí pode-se um pouco compreender porque alguns maníacos sexuais sentem algum prazer em aberrações tais como o sadismo e o masoquismo, entre outros.
(4) A mulher também produz testosterona, mas em menor proporção que o homem, pois os seus hormônios tipicamente femininos sobressaem em maior quantidade: a foliculina (principalmente quando ela está apaixonada!) e a progesterona, na segunda parte do ciclo menstrual. Somente após os 35 a 40 anos (ou após a menopausa) é que as mulheres produzem menos hormônios femininos e muito mais testosterona, aumentando com isso as suas fantasias sexuais, principalmente quando ficam viúvas (1Tim. 5:6), pois muitas "aprendem a viver ociosas" (verso 13), ousadas e mais descontraídas (e não raro namoradeiras).
(5) Estes mesmos canais exalam um leve perfume produzido pelas glândulas apócrinas composto de androsterol e androsterona, que têm a função de atrair e excitar o sexo aposto.
(6) oxitocina ou ocitocina  é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior (Neuroipófise), e tem a função de promover as contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação. Ela ajuda as pessoas a ficarem juntas por muito tempo. Também é um hormônio ligado ao que as pessoas sentem ao, por exemplo, abraçar seu parceiro de longa data. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocitocina)
(7) vasopressina, também conhecida como argipressina ou hormônio antidiurético (HAD, em inglês ADHantidiuretic hormone), é um hormônio humano secretado em casos de desidratação; fazendo com que os rins conservem a água, concentrando e reduzindo o volume da urina... A vasopressina é secretada pela neuroipófise (porção posterior da hipófise), mas é produzida por células nervosas do hipotálamo que estendem seus axônios até a neuroipófise. O álcool (do consumo de bebidas alcoólicas) suprime a produção do ADH, aumentando a diurese.
(8) "Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio (grego: βιβλίον αποστασίου [biblíon apostasíu]) e repudiar." (Marcos 10:4 ARA) - Βιβλίον (biblíon) = um papel, carta, livrinho; Ἀποστάσιον (apostásion) = repúdio, divórcio; carta de divórcio. Palavra raiz: ἀποστασία (apostasía).
 

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𝓛𝓾𝓲𝓼 𝓐𝓷𝓽𝓸𝓷𝓲𝓸 𝓒𝓪𝓬𝓮𝓻𝓮𝓰𝓮✍️ܠܘܝܣ

cacerege@gmail.com

Manaus - Amazonas - Brasil

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Outros estudos já postados:


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02- O espiritismo segundo [alguns] “evangélicos”

03- Adultério do Coração

04- Santa Ceia: vinho ou suco de uva?

05- O Inferno

06- O Que a Bíblia Diz Sobre a Idolatria

07- Deuterocanônicos ou Apócrifos?

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15- Cruz ou estaca de tortura?

16- YHWH – Um Nome que será esquecido para sempre

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18- A Peshitta confirma o Novo Testamento grego – 01- CAMELO ou CORDA?

19- A Peshitta confirma o Novo Testamento grego – 02- LEPROSO ou FAZEDOR DE JARROS?

20- PARAÍSO: HOJE ou UM DIA? (Lucas 23:43)

21- Adultério Virtual

22- KeNUMÁ e os modalistas nazarenos

23- A Virgem Que Concebeu

24- A História do Universo (O Livro de Melquisedeque)

25- O Tetragrama na Septuaginta Grega (LXX)

26- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 1

27- A transição da escrita Páleo-hebraica para a Aramaica-assíria nas Escrituras

28- Qual o dia da morte de Jesus?

29- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

30- As Três Testemunhas da Aspersão

31- Os sabatistas e judaizantes "pira" - parte 2

32- Matar e Assassinar em Hebraico

33- Memra/Davar nos Targuns Aramaicos – parte-1

34- Memra/Davar nos Targuns Aramaicos – parte-2

35- Casamento: Instituição Divina (Ideologia de Gênesis) 

36- O Servo Sofredor de Isaías 53 na visão judaica, antiga e moderna

37- Chamar o arco celeste de ARCO-ÍRIS é reverenciar uma entidade pagã?

38- E todos os anjos de Deus o ADOREM

39- O Grande Deus e Salvador Jesus Cristo

40- Os Gigantes da Antiguidade
 
41- A Síndrome da Serpente 

42- Textos Bíblicos Alterados - Hebreus 1:6

43- O Batismo Trinitário de Mateus 28:19 

44- O Nome JESUS nos Idiomas Bíblicos

45- O Nome JESUS e os neojudaizantes

Obs.: É permitido a cópia para republicações, desde que cite o autor e as respectivas fontes principais e intermediária.


Por: Luís Antônio Lima dos Remédios 


Luís - ܠܘܝܣ- לואיס - 𐤋𐤅𐤀𐤉𐤎 - Ⲗⲟⲩⲓⲥ - Λουίς✍️


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